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Cidades Sexta-feira, 04 de Agosto de 2023, 14:59 - A | A

Sexta-feira, 04 de Agosto de 2023, 14h:59 - A | A

Em Várzea Grande

Contra graxaria da Marfrig, moradores denunciam crime ambiental: "Lagoa está explodindo gases de mau cheiro"

Graxaria estava desativada há 10 anos, mas foi reativada após Marfrig conseguir licença da Sema

Angelica Gomes/Especial para o VGN

Os moradores do bairro Alameda e região do Cristo Rei em Várzea Grande, protestaram nesta sexta-feira (04.08) na frente da Marfrig Global Foods, contra a instalação da graxaria, que segundo eles, causa mau cheiro que chega a ser sentido em até 20 km de distância.  

A manifestação pacífica durou em torno de 02h30. Renato Pereira, morador do bairro Cristo Rei, disse ao que o empreendimento tira a tranquilidade das pessoas de se alimentarem, trafegarem e até para dormir.

"O mau cheiro é insuportável devido aos processamentos que a graxaria faz, causando mau odor, tirando a tranquilidade do povo trafegar em via pública, até mesmo de alimentar, dormir, acordar e isso vem tirando o sossego do povo de Várzea Grande. Eu, como morador do Cristo Rei e estou aqui nessa mobilização para que as autoridades venham procurar alguma uma saída, uma solução”, declarou.

De acordo com uma das organizadoras da manifestação, Cristina Souza, além do mau cheiro e prejuízos para os moradores, a graxaria causa prejuízo até nas lagoas próximas. “Tem uma lagoa que se você passar a pé aqui, ela explode gases de mau cheiro. Ela é quente, você passa na rua e sente o calor de tantos dejetos que são jogados ali”, contou Souza. 

Ela continuou: “Esse protesto tem várias frentes: a primeira parte é orientar as pessoas do que é a graxaria, e quais os malefícios que causa. A segunda é nos indignar porque não fomos consultados, então é tirar a graxaria daqui. E a terceira é que as pessoas sejam indenizadas pelo mau cheiro, depreciação dos imóveis e lucro cessante para quem tem comércio, restaurante e está sendo prejudicado por conta do mau cheiro”, explicou Cristina.

Vanessa Alves, que já morou no bairro Cristo Rei e que hoje vai na região apenas visitar os pais, também participou do protesto e revelou ao que precisou vender a casa por problemas pessoais, mas quando foi vender sua casa em decorrência da fama que o bairro tinha por conta da “prodidão terrível”, ela praticamente “deu” o imovel, por fato da localidade estar desvalorizado. 

“Eu tive que dar a minha casa, porque nessa época a podridão era terrível, tão terrível que as casas ficavam desvalorizadas. Na época eu vendi minha casa por R$ 38 mil, depois que fecharam a graxaria a minha casa foi vendida por R$ 100 mil, isso dentro de dois, três anos. Devido a podridão, as casas eram dadas de tão barata que eram, porque ninguém queria morar naquele mau cheiro”, desabafa a antiga moradora. 

A graxaria do local estava desativada há 10 anos, mas foi reativada após a empresa Marfrig conseguir a licença da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema). Desde então, os moradores têm cobrado que as autoridades façam valer o que está previsto na Lei n° 4672/2020, que impede que a empresa opere em área residencial, com a emissão de gases fétidos.

Outro lado: Em nota, a empresa esclarece que a graxaria da Marfrig, em Várzea Grande, entrou em operação em maio de 2023 e que “não foi verificado nenhum mau cheiro ou outro incômodo nos arredores”.

A assessoria do empreendimento ainda afirma foram feitos testes no sistema de exaustão de gases da graxaria que mostra eficácia para eliminar até 100% do mau cheiro “Importante ressaltar que os resultados dos testes indicaram que o sistema de exaustão de gases da graxaria tem capacidade e eficácia para eliminar até 100% da presença de gases odoríferos resultantes do processo produtivo. O sistema é robusto e moderno; funciona com absorção (lavadores de gases), condensação e biofiltragem; e elimina até 100% dos gases odoríferos provenientes do processo produtivo”.

Veja nota na íntegra:  

A Marfrig, líder global na produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de carne bovina do mundo, esclarece que a graxaria do complexo industrial da Marfrig em Várzea Grande entrou em operação em maio de 2023 e que não foi verificado nenhum mau cheiro ou outro incômodo nos arredores.

A graxaria produz farinha destinada a ração animal (suínos e aves) e sebo para indústrias como a de higiene e a de cosméticos. A licença de funcionamento foi concedida pela SEMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) depois que a Marfrig apresentou evidências técnicas e ambientais adequadas, e realizou testes nos equipamentos da instalação da graxaria, com a presença de técnicos da SEMA, do Ministério Público e de assistente técnico da parte autora da ação judicial, fazendo com que a autorização judicial fosse concedida.

Importante ressaltar que os resultados dos testes indicaram que o sistema de exaustão de gases da graxaria tem capacidade e eficácia para eliminar até 100% da presença de gases odoríferos resultantes do processo produtivo. O sistema é robusto e moderno; funciona com absorção (lavadores de gases), condensação e biofiltragem; e elimina até 100% dos gases odoríferos provenientes do processo produtivo.

A Marfrig investiu cerca de 50 milhões de reais na modernização da graxaria, que foi totalmente remodelada em linha com as políticas e diretrizes de sustentabilidade da empresa. Com essa estrutura, mais de 1.200 viagens de caminhões deixarão de ser feitas, o que reduz as emissões de CO2, o tráfego viário na região, o risco de acidentes e a deterioração das vias públicas.

Além disso, a graxaria irá gerar aproximadamente 60 empregos diretos e 180 indiretos, bem como aumentar a arrecadação de impostos para o município. Hoje a Marfrig é a maior empresa empregadora privada da região, com cerca de 3.300 colaboradores. Desde 2019, a companhia já investiu cerca de 300 milhões de reais em todo o complexo industrial de Várzea Grande.

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