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Cidades Domingo, 15 de Setembro de 2024, 18:00 - A | A

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aumento da temperatura

Concentração de prédios de média altura está aumentando "ilha de calor" em Cuiabá

Estudo sugere que planejamento urbano precisa criar um gabartio de altura para as edificações

Lázaro Thor/VGN

Uma recente pesquisa publicada na Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades investigou as mudanças microclimáticas e a formação de ilhas de calor urbana (ICU) na cidade de Cuiabá. Utilizando sensores de temperatura e umidade instalados em um veículo, acoplados a um sistema de GPS, o estudo analisou 91 pontos da cidade entre os anos de 2011, 2016 e 2019. As medições foram comparadas com dados de referência da estação automática do INMET, localizada na capital mato-grossense.

O estudo classificou Zonas Climáticas Locais (LCZ) em Cuiabá por meio de uma tipologia que leva em conta a cobertura do solo e o tipo de edificação. Entre as principais descobertas do estudo, está a de que as zonas climáticas locais com edificações muito próximas uma das outras e com altura média (LCZ2) tiveram maior influência na intensidade da ilha de calor urbana. Por conta disso, o estudo sugere que é preciso criar limitações para a altura dos edifícios. 

Ar mais quente e solo menos permeável

Além do aumento da ilha de calor, o estudo também demonstrou que em 8 anos, entre 2011 e 2019, a permeabilidade do solo de Cuiabá teve queda de 4,85%, podendo estar associado a um aumento de fração edificada de 6,13%. A temperatura do ar também registrou aumento de 5% ao longo dos últimos 8 anos, passando de de 28,40°C para 29,72°C. 

O estudo utilizou sensores de temperatura e umidade instalados em um veículo, acoplados a um sistema de GPS, o estudo analisou 91 pontos da cidade entre os anos de 2011, 2016 e 2019. 

A pesquisa classificou as áreas estudadas de acordo com o modelo das Zonas Climáticas Locais (LCZ), que categoriza regiões urbanas e rurais com base nas características da superfície e morfologia. As classes LCZ variam conforme a densidade e tipo de edificações, permeabilidade do solo e presença de vegetação.

Evolução da Ilha de Calor

Os resultados mostraram um aumento na intensidade da ilha de calor urbana ao longo dos anos. Em 2011, a diferença de temperatura entre as zonas variava de 1,49°C a 1,66°C, enquanto em 2016 e 2019 os valores médios subiram para entre 2,03°C e 2,42°C, revelando um aumento de aproximadamente 0,70°C em certas áreas da cidade. A LCZ 2, que representa áreas de elevado adensamento de média altura, registrou as maiores temperaturas médias, atingindo 2,42°C em 2019.

Influência do Planejamento Urbano

O estudo também destacou como o planejamento urbano influencia as variações de temperatura. As zonas LCZ 2 e LCZ 4, que correspondem a áreas de maior densidade e construções elevadas, mostraram os maiores valores de ICU. Por outro lado, as zonas com vegetação arbórea densa (LCZ A) apresentaram as menores temperaturas, evidenciando a importância das áreas verdes na mitigação dos efeitos do aquecimento urbano.

Impacto Futuro

O estudo conclui que a expansão urbana e o crescimento de áreas densamente construídas estão diretamente ligados ao aumento da ilha de calor em Cuiabá. No entanto, a preservação de áreas verdes, como parques urbanos, pode atuar como uma importante ferramenta de controle térmico e na melhoria da qualidade de vida dos habitantes.

Os dados obtidos indicam que, sem medidas adequadas de planejamento e expansão sustentável, o fenômeno da ilha de calor urbana continuará a se intensificar, trazendo desafios climáticos e ambientais para a região nos próximos anos.

Leia mais: Estudo mostra origem de nomes de rios em município de Mato Grosso

 
 
 
 
 
 

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