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Cidades Domingo, 31 de Março de 2024, 16:30 - A | A

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Escritor e compositor

Cantor sertanejo de VG deixa mais de 200 composições como legado; viúva relembra

Sem conter as lagrimas de emoção, Sueli Barbosa , viúva de Altevir, destacou o amor do cantor por Cuiabá

Adriana Assunção/VGN

Manoel Ivo Aurelino Neto, conhecido como Altevir da dupla "Altevir e Mariano", deixou um legado musical rico, composto por mais de 200 composições originais. Sua vida foi dedicada à música e à expressão de seu amor por sua terra natal, especialmente por Cuiabá, capital de Mato Grosso. Após seu falecimento em 2007, seus familiares se empenharam em manter viva a memória e as canções do artista.

Em uma homenagem póstuma, familiares de Manoel Ivo, relembra os hits de sucesso, o hino para Rondônia e, principalmente, à homenagem a Cuiabá [capital mato-grossense], composta pelo cantor. Sem conter as lagrimas de emoção, Sueli Barbosa Aurelino, 71 anos, viúva de Altevir, afirmou em entrevista ao , que a homenagem a Cuiabá, representa todo amor do escritor pela Capital mato-grossense.

“Cuiabá, flor centroestina de Mato Grosso, a eterna menina. Hoje formosa e altiva mulher. Teu passado te engrandece. Teu presente te enaltece. Quem te conhece ama e te quer. Cuiabá dos casarões e das catedrais, das lindas praças, dos madrigais e um povo pátrio, ordeiro e gentil. És a terra prometida, hospitaleira e querida. Cidade vida do meu Brasil”, cita trecho da canção.

Ao longo de sua carreira, Altevir colaborou com várias duplas e parceiros musicais, deixando sua marca em composições como "Flor do Pantanal" e "Rio Verde de Mato Grosso", feitas em parceria com "Altevir e Adriano". Com "Altevir e Neno di Paula", também contribuiu com diversas canções. No entanto, é a homenagem a Cuiabá que se destaca como um testemunho de seu profundo afeto pela cidade.

“Isso aqui era a vida dele, os amigos dele, a cidade, o rio, tudo aqui era importante, a família, os filhos e netos. Então, ele fez essa música de coração. E eu não queria que isso fosse esquecido”, declarou Sueli.

Apesar de sua partida, há 17 anos, Sueli acredita firmemente na importância de preservar o legado deixado por Altevir, especialmente para as gerações mais jovens, que podem não estar familiarizadas com os pioneiros da música sertaneja em Mato Grosso. Ela lembra com carinho dos amigos e colegas de Altevir, destacando suas contribuições para a cena musical local.

“Ganhou muito festival. Ganhou nome no meio artístico. Ele era muito talentoso. Fez o hino para a Rondônia. Tinha muita sabedoria para a música. Eu gostaria que ele não fosse esquecido. Ele tinha muitos amigos, o Roberto e Miriam, esse casal era especial para ele. A nossa família foi sempre muito especial para ele. Cuidou bem, do jeito que ele pôde.”

Altevir Aurelino não era apenas um talentoso músico, mas também uma figura respeitada em sua comunidade. Além de suas realizações no mundo da música, ele também serviu como cabo do exército e taxista, antes de decidir seguir sua paixão pela música sertaneja. Sua dedicação e talento foram reconhecidos não apenas pela comunidade artística, mas também pela elite política de Mato Grosso, recebendo homenagens de figuras importantes como governadores e vereadores.

“Em 78, ele cantou para o governador Garcia Neto, em Cuiabá. Ele foi homenageado por Mário Covas, em São Paulo. Aqui em Várzea Grande, pelo vereador Wanderley Cerqueira, presidente da Câmara. Altevir recebeu a chave da cidade em Rondônia. E em todos os lugares que passou, foi muito bem recebido, muito bem aceito.”

Sueli Barbosa disse que seu esposo foi um dos fundadores da música sertaneja no Estado. Para ela, apesar dos desafios e da falta de visibilidade e retorno financeiro na época, o legado de Altevir permanece vivo através de suas composições e do carinho daqueles que o conheceram e amaram sua música. Sua contribuição para a música sertaneja em Mato Grosso é inegável, e seu nome continuará sendo lembrado e celebrado por aqueles que apreciam a riqueza cultural que ele deixou para trás. 

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