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Cidades Terça-feira, 31 de Julho de 2012, 14:34 - A | A

Terça-feira, 31 de Julho de 2012, 14h:34 - A | A

Associação de Supermercados do Rio prevê prateleiras vazias na quarta-feira por causa da greve

Comerciantes de centrais de abastecimento sofrem com prejuízo e falta de produtos

do R7

O presidente da Asserj (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro), Aílton Fornari, afirmou que, caso a greve dos caminhoneiros não termine nesta terça-feira (31), a partir de quarta-feira (1º) começará a faltar alimentos nas prateleiras dos supermercados do Estado.

— Estamos sendo muito afetados com a greve. A situação é grave e todos os produtos serão afetados.

Fornari afirmou ainda que não há previsão de aumento de preço, mas, caso o prejuízo dos fornecedores seja repassado para o produto, os supermercados terão que repassar para o consumidor.

Na Ceasa (Central de Abastecimento Fluminense) e na Cadeg (Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara) comerciantes reclamavam do prejuízo sofrido pelas mercadorias não entregues e cargas estragadas. Eles ainda afirmam que não haverá o que ser repassado para os supermercados.


De acordo com Domingos Neto, dono de um box na Cadeg, o prejuízo é de no mínimo R$ 11 mil.

— Estou com um caminhão preso desde domingo (29) à noite com a mercadoria estragando. Hoje estou esperando carregamento de um caminhoneiro que veio por outro caminho e andou quase 300 km a mais para chegar aqui. A partir de amanhã, caso nada se resolva, nos supermercados não haverá mais nada, pois não tem o que vender.

Policiais militares do Batalhão de Polícia Rodoviária reforçaram o patrulhamento na rodovia Presidente Dutra por causa do protesto. De acordo com a concessionária Nova Dutra, no início da tarde, o engarrafamento na estrada, na altura de Barra Mansa, era de cerca de 14 km no sentido Rio e 12 km no sentido São Paulo. A manifestação também provocava congestionamento em outros trechos da rodovia, a exemplo de Resende, Piraí e Paracambi. Por conta da manifestação, apenas carros de passeio, ônibus e motos são liberados para trafegar pela faixa da esquerda. As outras faixas são ocupadas pelos veículos de carga e seus motoristas.

Manifestação

Os caminhoneiros protestam contra a lei que regulamenta a jornada de trabalho da categoria. De acordo com a lei federal 12.619, o trabalhador é obrigado a ter descanso de 11 horas entre duas jornadas de trabalho, uma hora por dia de parada para almoço e repouso de 30 minutos a cada quatro horas rodadas. A lei foi publicada pelo governo federal no dia 30 de abril e tem como objetivo evitar que motoristas rodem dia e noite sem paradas, para diminuir o número de mortes nas estradas. Se descumprir, o caminhoneiro é multado.

Em nota, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) informou que "vem mantendo negociações com representantes dos caminhoneiros buscando o aperfeiçoamento dos requisitos para inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) e das normas relativas ao pagamento eletrônico de frete, além de outras questões, que devem passar por ampla discussão entre todos os interessados e serem incluídas na agenda regulatória da agência".

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