Com homenagem de amigos e familiares, o agente socioeducativo, Alexandre Miyagawa, 41 anos, morto a tiros pelo vereador de Cuiabá, tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos), na sexta-feira (1°), foi enterrado na manhã deste domingo (03.07), no Cemitério Bom Jesus, em Cuiabá. Um grupo de agentes penitenciários realizou uma salva de tiros no local, como forma de homenagear o colega de profissão.
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A versão do vereador responsável pelos disparos, é que ele passava pelo local e foi informado que Alexandre, estava armado ameaçando a companheira dele. A assessoria disse que o vereador chegou a dar voz de prisão, mas o agente teria reagido.
Contudo, a namorada de Alexandre desmentiu a versão que teria sido agredida ou ameaçada pelo companheiro. Ela afirmou que entrou com o carro na contramão para utilizar o banheiro da distribuidora e que algumas pessoas começaram a xingá-la no trânsito. "Sai andando rápido para ir no banheiro na distribuidora e o 'Japa' tem mania de andar com a mão na camisa, mania de policial, tipo fazendo guarda atrás de mim e disse: 'amor espera'. Depois disso eu só vi ele caindo no chão", disse em um vídeo divulgado nas redes sociais.
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Câmeras de monitoramento registraram o momento em que o vereador Paccola mata Alexandre. As imagens mostram o momento em que um veículo branco entra na contramão em alta velocidade. Conforme o vídeo, dois minutos depois, um carro preto para no meio da rua e o vereador desce do veículo com uma arma na mão.
Ele atravessou a rua e conversa com pessoas que estavam em uma distribuidora na esquina e depois vai até o local onde estava Alexandre e a namorada dele. A assessoria de imprensa do parlamentar afirmou que ele atirou após ouvir testemunhas de que o agente estaria armado e ameaçando a mulher.
Em vídeo gravado pela namorada de Alexandre, ela afirmou que ‘Japa’ não estava com a arma na mão e sim na cintura. "Era o celular. Nos vídeos dava para ver que a arma estava nele e tiraram. Ele estava com o celular porque estava o corpo, o celular e a carteira que estava caída no chão. Se ele tivesse com a arma na mão, como o vereador está falando, quando ele tivesse caído, a arma estaria lá, mas estava na cintura, então morto ele colocou na cintura? Depois ele estava falando que deu voz de prisão. Ele não deu porque eu vi", afirmou ela.
Ela também negou que tenha sido ameaçado pelo companheiro e que eles se davam bem. Conforme a namorada, o vereador efetuou quatro disparos contra Alexandre sem dar direito de defesa. “Como ele ia colocar a arma na cintura depois que estava morto?”, questionou.
A Polícia Civil informou que investiga o caso.
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