26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024
 
menu

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

Cidades Sábado, 12 de Outubro de 2019, 19:40 - A | A

Sábado, 12 de Outubro de 2019, 19h:40 - A | A

Suposta Organização Criminosa

Advogado preso na operação “Fake Paper” usava três CPFs

Edina Araújo/VG Notícias

Reprodução

Anilton Rodrigues

Contador e advogado Anilton Gomes Rodrigues, preso na operação Fake Paper

O contador e advogado Anilton Gomes Rodrigues, 42 anos, é apontado pela Polícia Fazendária como chefe da organização criminosa. Anilton está entre os presos na operação Fake Paper, desencadeada na última quarta-feira (09.10), em Cuiabá e interior do Estado, pela Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), em conjunto com a Secretaria de Estado de Fazenda.

Leia mais Operação apura emissão de R$ 337 milhões em notas frias

Segundo o delegado responsável pela operação, Sylvio Valle Ferreira Júnior, a suposta organização criminosa agia por meio de falsificação de documento público, falsificação de selo ou sinal público e uso de documento falso promoveu a abertura de empresas de fachada, visando disponibilizar notas fiscais frias para utilização de produtores rurais e empresas nos crimes de sonegação fiscal. Além disso, o esquema possibilitou a prática de crimes não tributários, como a fraude a licitação, ou mesmo 'esquentar' mercadorias furtadas ou roubadas.

Segundo a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, no esquema fraudulento, a organização criminosa emitiu R$ 337 milhões em notas frias, deste valor foi gerada multa no valor de R$ 5 milhões que já foram devolvidos aos cofres do Estado, por empresários que confessaram o crime.

De acordo com as investigações da Polícia, o advogado Anilton usava três CPFs diferentes, número de celulares em nome de outras pessoas, sem cadastro em operadoras de telefonia para se comunicar com os outros suspeitos da organização e pessoas sobre serviços que estaria fazendo junto a Sefaz.

Segundo fonte do oticias, conforme interceptação telefônica dos números usados pelos envolvidos existe suspeita de participação de servidores da Secretaria de Estado Fazenda no esquema para facilitar liberação de documentos. Confira algumas interceptações.
“Numeral interceptado no diálogo do dia 17/04/2019, com ANILTON GOMES RODRIGUES, onde discutem a serem pagos, possivelmente, à servidores da SEFAZ, para dar provimento ao processo do Sr. Celso Minozzo, que é uma empresa de um tal de ADESIO, e que Marcelo Palomo confirma que esta empresa é de Celso Minozzo, dizendo: “É dele! Aquela bosta!”, diz trecho de uma das conversas que o oticias teve acesso com exclusividade.

Em outra intercepção, Anilton conversa com Bruno. “Em 17/04/2019 onde Bruno solicitando para “rodar pelo menos um documento...” e no dia 22/042019 Anilton diz “...Bora fazer dinheiro hoje”?

Em 22 de abril de 2019, Anilton Gomes Rodrigues conversava sobre processos que estão fazendo junto a Sefaz para supensão de débitos, e que alguns estão retornando e que agora foi “tal de Bruno” que mandou.

Outra conversa também com Anilton. “Edno diz que já fizeram isso para tantas empresas que não se recorda, se é esta empresa ou não? “... Vou... tem que olhar, que eu não me lembro é tanta empresa que nóis fizemos aquele negócio lá, eu não sei se essa é a mesma se não, não era ...”.

Ligação interceptada em 19 de abril de 2019, Anilton conversa com contador Welton Borges, primo do vereador de Várzea grande, Joaquim Antunes, que, inclusive usou a empresa Joaquim Antunes de Souza-ME, do parlamentar e emitiu cerca de 30 notas fiscais frias, no valor de R$ 73 milhões.

 

Leia matéria relacionada Empresa de vereador de VG é usada como “laranja” e emite R$ 73 milhões em notas fiscais frias 

Anilton Gomes Rodrigues conversa com Welton. “Numeral interceptado no diálogo do dia 19/04/2019 com Anilton Gomes Rodrigues, e que Welton diz que: Oh! O neg´coio lá aprovou tá!! E Completa dizendo: Tem que fazer o certificado já! Já para você começar a trabalhar tá!

Diálogo interceptado no dia 24/04/2019 de Djalma Rodrigues Carrijo com Anilton Gomes Rodrigues. “Diálogo sobre processo da empresa da sua esposa MARIANE, e de uma outra empresa que precisa recorrer ... Anilton diz sobre o processo em nome de MARIANE “..tá na mão de uma pessoa que eu sei que nós vamos ganhar!”

Além de ser apontado como o “ cabeça” do esquema, o advogado figura como sócio da empresa Rio Rancho Produtos do Agronegócio Ltda – nome fantasia Rio Rancho Agronegócio, junto com Intercides Franco de Freitas, 43 anos. Porém, conforme investigações telefônicas, foi constatado que o suposto sócio, Intercides, que mora em Pontes e Lacerda, Mato Grosso, registrou boletim de ocorrência em 18 de outubro de 2017, narrando que ao se delisgar do quadro de funcionários de uma empresa do ramo de impressão - e ao requerer o Seguro Desemprego foi surpreendido ao saber que não poderia receber seus direitos por ser sócio da empresa Rio Rancho Produtos do Agronegócio Ltda, com sede em Tangará da Serra (a 243 km de Cuiabá).

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo suposto sócio, ele diz que trabalhava em uma empresa desde 2017 na função de impressor gráfico, que no dia 04 de outubro de 2107, foi dispensado do emprego e se dirigiu ao Sine, para recebimento do Seguro desemprego e soube que não poderia receber pois é sócio de uma empresa na cidade de Tangará da Serra/MT. E afirmou que foi surpreendido com a notícia porque não conhece a cidade de Tangará e nem possui empresa, que desconhece qualquer vínculo com o empreendimento (Rio Rancho produtos Agronegócio Ltda-ME, aberta em 16 de julho de 2010. A referida empresa está baixada na Junta Comercial.

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760