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Artigos Sexta-feira, 17 de Novembro de 2017, 11:23 - A | A

Sexta-feira, 17 de Novembro de 2017, 11h:23 - A | A

OPINIÃO

Villa-Lobos e Santoro

                                                                                                                                                                                  por Por Paiva Netto*

O mês de novembro é marcado por datas que nos fazem recordar a genialidade de dois dos mais famosos compositores de nosso país: o carioca Heitor Villa-Lobos, falecido em 17/11/1959 — ao qual prestei, na edição 220 da revista BOA VONTADE, tributo à memória —, e Claudio Santoro, ilustre manauara, nascido em 23/11/1919, autor de “Sinfonia da Paz”, gravada, sob sua regência, pela Orquestra Estadual e Coro Stepanov de Moscou, Rússia. Essa aplaudida obra abre a minha preleção sobre o Evangelho do Cristo, na Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

Como admirador dos gênios da cultura planetária e reconhecendo na música um papel transcendente na elevação do ser humano, sempre que posso, utilizo-me do tesouro melódico para estabelecer analogia entre ele e os augúrios divinos, que seja facilitado o entendimento do povo a respeito do código aparentemente indecifrável do Livro das Profecias Finais. O escritor e crítico literário José Geraldo Nogueira Moutinho (1933-1991), em “Musicália”, esclarece que “a música absorve o caos e o ordena”.

Em Apocalipse sem Medo (Elevação, 1999), no capítulo “Apocalipse e universalismo”, afirmo que Arturo Toscanini ensinava, mutatis mutandis, que ouvir música não é escutar notas. De fato, porquanto se deliciar com a bela arte de Verdi, Tchaikovsky, Wagner, Borodin, Schumann, Debussy, Ravel, Villa-Lobos, Grieg, Claudio Santoro, Sibelius, Irving Berlin, Gershwin, Grofé, Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, Cartola, Caymmi, Tom Jobim, Gal Costa, Maria Bethânia, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nana Caymmi, Elis Regina, Chico Buarque, Toquinho, Guerra Peixe, Carlos Gomes, Radamés Gnattali, Lyrio Panicali, padre José Maurício, Francisco Braga, Lorenzo Fernandez, Augusto e Alberto Nepomuceno, Guerra Vicente, Barbra Streisand, Louis Armstrong, Carmen Miranda, Elba Ramalho, Elza Soares, Alcione, Leci Brandão, Simone, Ângela Maria, e tantos mais, é integrar-se no sentimento do recado melódico que o compositor quis transmitir ao ouvinte.

Assim é com o Apocalipse do Cristo: seu anúncio não está na “letra que mata” (Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, 3:6), mas no espírito de salvação, que, por meio do Amor de Quem fraternalmente adverte, desce do Criador à criatura.

Para que existe a Mensagem Divina

O que procuro destacar, na pregação ecumênica do Evangelho-Apocalipse, é a parcela de Deus que habita em todo cidadão, seja ele religioso ou ateu; amarelo, branco, negro ou mestiço; civil ou militar; analfabeto ou letrado; da direita, esquerda ou centro ideológicos, ou mesmo apartidário. Se o homem não for ao encontro da Solidariedade, na vivência particular ou coletiva, onde iremos parar?

O Cosmos é música, que, na definição de Paul Claudel (1868-1955), “é a alma da geometria”. Logo, temos de achar os sons que, com abrangência universal, nos confraternizem. Para isso, existe a Mensagem de Deus, a qual frontalmente se contrapõe à intolerância indesculpável.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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