por Williamon da Silva Costa*
Durante o período de campanha eleitoral, a atual prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti, afirmou publicamente diversas vezes que sua candidatura era uma oportunidade para romper com o ciclo de mais de 40 anos de um mesmo grupo político no poder. Segundo ela, a permanência desse grupo impedia que os problemas históricos do município fossem resolvidos de forma eficiente: “A velha política não resolve os problemas de Várzea Grande, e a população já percebeu isso.” Precisamos de uma gestão moderna, com planejamento e ações concretas, que realmente resolvam os problemas da nossa cidade”, afirmou Moretti em entrevista.
Em seu primeiro discurso durante a posse, afirmou que: “A partir de hoje, começaremos uma verdadeira cruzada para garantir que cada casa, cada família, cada bairro tenha acesso à água potável e de qualidade. E para que as famílias de Várzea Grande possam viver em um ambiente seguro e próspero, é preciso união de esforços, especialmente junto à casa dos representantes do povo, a nossa Câmara Municipal, através da qual quero partilhar cada decisão em benefício da nossa população com cada vereador. Quero fazer isso com parceria e principalmente justiça e transparência.”
Ainda durante a posse, Flávia, emocionada, reafirmou os compromissos feitos durante a campanha eleitoral e que lhe renderam a expressiva vitória com mais de 68 mil votos: “Acredito que, para fazer Várzea Grande crescer, precisamos estar alinhados com o governo do Estado, Câmara de Vereadores, o Judiciário e o setor produtivo. E claro, com a nossa cidade-irmã e vizinha, Cuiabá. Juntos estamos e juntos cresceremos em parceria, trabalhando para destravar Várzea Grande e Cuiabá. Todas essas parcerias e essa harmonia entre os poderes serão a base para construirmos uma cidade forte, dinâmica e próspera. Uniremos forças, com ética e transparência, para entregar resultados reais.
Essas falas da Prefeita demonstram claramente que a população de Várzea Grande caiu no conto do vigário de Moretti, que durante as eleições falou exatamente aquilo que a população queria ouvir, prometendo inovações e mudanças em troca de votos nas urnas, seduzindo a população com promessas e galanteios que ficaram apenas no papel. Em apenas 4 meses de gestão, Flávia conseguiu piorar consideravelmente a situação do município, fazendo os seus eleitores se arrependerem de terem votado nela.
O município se tornou uma trincheira de guerra política, com diversos episódios de briga e baixaria entre a prefeita, vice-prefeito, vereadores (não a maioria deles), “Primeiro-Damo” Carlos, amigos do poder e alguns secretários do município, demonstrando o total despreparo político e descontrole emocional de Flávia e sua equipe. Não podemos esquecer do famoso episódio em que ela agrediu verbalmente o Vice-Prefeito, não chegando às vias de fato por ter sido contida pelo seu próprio marido, fato amplamente divulgado pela imprensa e sem precedentes no município, uma verdadeira baixaria.
Pior do que as brigas políticas da prefeita é o caos nos serviços públicos oferecidos pelo município em sua gestão. Os serviços públicos que antes funcionavam passaram a ficar muito precários ou pararam de ser executados, mesmo aqueles mais essenciais, como é o caso da água, que não tem chegado regularmente às torneiras da população. Lembrando que essa era a principal bandeira de sua campanha, acabar com a falta de água no município, e o que aconteceu? A crise hídrica se intensificou e os moradores, especialmente os de periferia, passaram a sofrer ainda mais com a falta de água nas torneiras. A única medida adotada pela atual gestão foi iniciar o processo de concessão do serviço para a iniciativa privada, culpar os vândalos por danificar estruturas importantes do DAE e pedir dilatação do prazo de 100 dias para 1 ano para resolver os problemas da água no município.
Eis o conto do vigário!
A água nas torneiras sumiu de vez! A cidade está suja, cheia de lixo, esburacada, com epidemia de dengue e chikungunya, com diversos problemas na saúde pública e ainda por cima, virou cabide de empregos para os parentes, amigos e aliados da prefeita, que inclusive contestou judicialmente a Lei nº 5.362/2024 do vereador Bruno Rios, que foi aprovada para exigir a apresentação de currículo acadêmico e profissional para toda e qualquer indicação e nomeação no âmbito do município de Várzea Grande, para os cargos de secretários, subsecretários e superintendentes municipais.
Está claro que a gestão de Flávia não tem transparência e nem diálogo com a população, com os vereadores, com os líderes comunitários e nem mesmo com seu próprio secretariado. Exemplo disso é o que tem acontecido com seu Secretário de Obras, Celso Luiz, que, por meio de ofícios enviados ao Legislativo, vem reclamando que está sendo boicotado por Flávia, não tem acesso nem mesmo ao saldo das contas bancárias e tem sido impedido de atender os parlamentares com serviços de tapa-buracos, encascalhamento, etc.
Os líderes comunitários também não têm sido recebidos nos gabinetes da prefeitura, ficaram apenas com as promessas de Flávia que, ao se reunir com eles no dia 13/01/25, afirmou que: “São 251 bairros no sistema da prefeitura, e sem dúvida nenhuma, todos eles vão ser atendidos por mim em toda a minha gestão”.
O fato é que Flávia engessou as ações da prefeitura, que ficaram ainda mais morosas e ineficientes, pois a prefeita centralizou em si mesma todas as decisões, acreditando ser onipotente, onipresente e onisciente. É justamente por isso que o município já enfrenta uma crise de gestão em apenas 4 meses de mandato.
A prefeita não entendeu que não se faz política sozinha e tem agido como menina mimada que não quer sentar e dialogar com os pares. Ela já tem recebido diversas críticas por causa dessa postura pirracenta. Recentemente, o Deputado Estadual Júlio Campos, do União Brasil, mandou um recado público a ela: "Está na hora de baixar a temperatura e entender melhor como funciona a gestão pública." Falo com a experiência de quem já esteve dos dois lados. Nenhuma administração vai para frente sem o respaldo do Legislativo.”
Mas, ao invés de tentar dialogar com os pares, baixar a guarda e ser mais diplomática, Moretti preferiu demonstrar seu ego e vaidade ao gastar cerca de 58 mil reais, sem licitação, para enfeitar o paço municipal com sua foto, por ter ficado descontente ao ver a foto do Ex-Prefeito Kallil Baracat em um programa de televisão.
A população precisa entender que está sendo manipulada e que seus anseios e necessidades foram esquecidos rapidamente após a eleição. O povo ficou de lado e é justamente por isso que tenho tentado demonstrar publicamente que a população está sendo enganada, foi apenas usada como massa de manobra nas eleições. O povo precisa compreender que o que está por trás dos bastidores políticos de VG, a Câmara de Vereadores, Prefeita, Vice-Prefeito, bajuladores e amigos do poder, dançam conforme a dança e que os inimigos de ontem, hoje podem virar amicíssimos e sentar na mesma mesa para acertar interesses em comum, se for necessário.
E que esta guerra é pelo poder e não pelo povo!
A velha política de Várzea Grande não mudou, mudou apenas de mãos!
*Williamon da Silva Costa, é acadêmico de direito e morador em Várzea Grande
Brasil unido pelo Rio Grande do Sul
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).