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Artigos Terça-feira, 18 de Março de 2025, 16:05 - A | A

Terça-feira, 18 de Março de 2025, 16h:05 - A | A

João Victor*

Várzea Grande: 158 anos de história – há mesmo o que comemorar com shows?

por João Victor*

No próximo dia 15 de maio, Várzea Grande completa 158 anos de história. Para marcar essa data, a Prefeitura está organizando um evento grandioso, a "ExpoVG", que promete trazer atrações nacionais para animar a população. O palco será o Chapéu do Sol, área pertencente à família do vereador Lucas Chapéu do Sol, e o investimento anunciado gira em torno de R$ 4 milhões — uma cifra que, para muitos moradores, soa como um tapa na cara, considerando o estado crítico em que a cidade se encontra. Caos — palavra usada pela própria prefeita Flávia Moretti ao admitir que Várzea Grande está comprometida financeiramente.

Segundo os bastidores do Paço Couto Magalhães, o investimento para o evento virá de recursos do Governo do Estado, de emendas parlamentares e, claro, com uma contrapartida da própria Prefeitura. A prefeita Flávia Moretti revelou recentemente que os deputados Júlio Campos e Fabio Tardin já garantiram R$ 1,5 milhão cada um. Nos bastidores, o comentário é que o governo estadual vai liberar mais R$ 2 milhões para o evento — valores ainda a serem confirmados oficialmente. Pelo menos das emendas parlamentares, Flávia Moretti garante que o dinheiro já está assegurado.

Até aqui, parece uma história de sucesso e celebração, certo? Mas será que há mesmo o que comemorar?

Pão e circo ou respeito e dignidade?

Resgatar a cultura do município é, sem dúvida, um objetivo louvável. Mas o momento atual justifica esse tipo de investimento? Afinal, estamos falando de uma cidade que, há poucos dias, viu pacientes sendo arrastados em meio à chuva dentro do Pronto-Socorro por causa de um teto que mais parecia uma peneira, com água jorrando sobre os leitos da sala vermelha.

A mesma cidade onde ruas esburacadas, lixo nas calçadas e um sistema de abastecimento de água precário fazem parte do cotidiano dos várzea-grandenses. A população não quer um "show pirotécnico" para distrair dos problemas diários. Quer água nas torneiras. Quer poder andar pelas ruas sem medo de tropeçar em buracos que mais parecem crateras. Quer ruas iluminadas e segurança. Quer respeito. Quer dignidade.

A prefeita Flávia Moretti e seu vice, Tião da Zaeli, foram eleitos com promessas de melhorias concretas — promessas que, até agora, ficaram no campo da retórica. Investir milhões em um evento de luxo enquanto faltam insumos básicos na saúde e infraestrutura é uma afronta à inteligência e à paciência dos cidadãos de Várzea Grande.

A hora é de fazer, não de festejar

É claro que celebrar a história e a cultura do município é importante. Mas o que há para celebrar quando os moradores estão sem água, sem segurança e sem perspectivas? Quando a população grita por socorro e será respondida com um festival de fogos de artifício?

Talvez, antes de gastar R$ 4 milhões em uma festa passageira, a prefeita devesse garantir que o mínimo fosse entregue à população: Água nas torneiras; ruas transitáveis e sem buracos; Um Pronto-Socorro com condições dignas de atendimento; segurança pública eficiente; iluminação nas ruas e limpeza urbana regular.

Quando a casa estiver em ordem, aí sim, a população estará pronta para celebrar. Até lá, o show pode — e deve — esperar.

Várzea Grande merece respeito

A população merece ser ouvida. A cidade não precisa de "pão e circo". Precisa de gestores comprometidos com o básico: infraestrutura, saúde, saneamento, segurança e dignidade. Quando isso for entregue, os shows e festivais serão bem-vindos. Até lá, prefeita, é melhor trocar o palco pelos canteiros de obras. A população agradece.

*João Victor, jornalista no Portal VGNOTICIAS

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