por Nilson Teixeira*
Mais uma vez nos deparamos com uma atitude irresponsável do senhor Rafael Reis, atual presidente da MT GÁS, que aumentou os preços do Gás Natural Veicular (GNV) para a concessionária no último dia 26 de outubro de 2021 sem comunicá-la e, consequentemente, os postos só ficaram sabendo neste dia 9 de novembro sobre a alta. Não houve tempo para comunicar o reajuste ao consumidor.
Mais uma vez a MT Gás tira o corpo fora evitando assumir responsabilidade na situação, mas “corre para o abraço com a galera”. Mesmo com aumento, o GNV comercializado em Mato Grosso ainda é o mais barato do Brasil, mas com problemas a solucionar. Não há infraestrutura de abastecimento.
Não vejo os postos que investiram no comércio de GNV serem tratados com respeito e até mesmo gratidão pela MT Gás, visto que o investimento é altíssimo e em momento algum a companhia fez algo para ajudar os postos ou os consumidores.
Por que será que outros empresários também não investiram anteriormente? Porque não havia demanda e o investimento para fornecer o gás ultrapassa R$ 1 milhão de reais. Se hoje alguns postos atendem é porque a iniciativa privada se preocupa em atender o consumidor, sendo a maioria motoristas de aplicativos e taxistas.
No meu posto, houve repasse de R$ 0,30 que é pouco superior ao que foi praticado pela MT Gás, mas é preciso evidenciar, e nunca omitir, que devido ao aumento da demanda, os postos tiveram que dobrar estrutura de pessoal para atender o fluxo de clientes e ainda para manter o posto aberto por 24 horas. O custo de energia foi elevado à sexta potência e ainda tem o aluguel, em comodato, dos equipamentos que estão chegando aos postos para que seja duplicada a capacidade de abastecimento na revenda. Falamos de recursos que saem do bolso do consumidor.
Ao longo de oito meses, a MT Gás foi alertada sobre o sufoco que consumidores e donos de postos enfrentam. Nenhuma atitude foi tomada. Mas a pressão dos motoristas e da revenda cresceu e foi exposta em audiências, ficando claro que o GNV precisa de olhares mais dispostos a investirem no combustível. Se essa pressão não tivesse ocorrido, hoje os motoristas não poderiam contar a isenção do IPVA.
Agora não adianta jogar pedra no boi ou na vaca porque a carne não chega à mesa. O despreparo é uma falta de respeito com o cidadão que trabalha de forma exaustiva na direção de veículos.
O Governo do Estado fez a parte dele em dar segurança jurídica na compra do GNV, isentou o motorista de pagar o IPVA, mas a MT Gás não demonstra habilidade em transformar esse esforço em algo prazeroso. Os motoristas e revendedores querem lidar com esforços mútuos e não com vaidade e despreparo. Não aguentam mais.
Por fim, temos a esperança de que o governador de Mato Grosso possa corrigir os desvios de foco existentes. Algo precisa ser feito.
*Nilson Teixeira, revendedor de combustíveis (América Auto Posto)
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