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Artigos Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2025, 10:55 - A | A

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2025, 10h:55 - A | A

Edina Araújo*

Boicote, incompetência ou o caos para privatizar a água em Várzea Grande?

por Edina Araújo*

Durante a campanha eleitoral, Flávia Moretti e Tião da Zaeli, ambos do PL, aproveitaram o descontentamento popular com a crise da água em Várzea Grande para impulsionar suas candidaturas. Toda a população se lembra de que a falta de água foi o carro-chefe de suas promessas, acompanhada de discursos inflamados e garantias de soluções imediatas. O resultado? Foram eleitos. No entanto, passado o calor da eleição, a realidade se impôs: as torneiras continuam secas, as promessas evaporaram e, agora, elegeram um novo vilão para culpar: o tal “boicote”.

Um vergonhoso jogo de empurra-empurra ocorre enquanto praticamente toda a cidade está sem água. Em vez de apresentar soluções concretas, a prefeita eleita e seu vice alegam sofrer sabotagens, tentando transferir a culpa para terceiros. Mas quem, afinal, sabotaria uma cidade inteira? Quem se beneficiaria de um cenário no qual a população se torna refém de caminhões-pipa e de contas altíssimas por um serviço inexistente?

A reportagem do teve acesso a boletins de ocorrência registrados pela Prefeitura em novembro e dezembro de 2024, ainda na gestão do ex-prefeito Kalil Barcat, além de registros nos dias 23, 24 e 25 de janeiro de 2025 e no último dia 7 de fevereiro. Ora, se Flávia Moretti, Tião da Zaeli e o coronel da reserva do Exército Brasileiro, Sandro Azambuja, presidente do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE/VG), tinham conhecimento de atos de “sabotagem”, por que não tomaram providências imediatas? Por que não acionaram a Guarda Municipal para proteger o patrimônio público, uma de suas atribuições? Por que esperaram tanto tempo para agir, permitindo o caos? Como justificar tal postura? Difícil compreender – e ainda mais engolir – essa desculpa, que mais parece incompetência. Ou algo pior.

O mais revoltante é que, enquanto a cidade agoniza sem água, a prefeita Flávia Moretti parece mais preocupada com suas redes sociais e com o engajamento digital do que com a resolução dos problemas urgentes da sua gestão. Afinal, foi eleita propagando soluções e criticando a administração anterior, chegando a chamar o ex-prefeito de "gerente" dos Campos. Mas, diante do cenário atual, a população pode acabar pedindo a volta do "gerente" e se livrando dos propagadores de promessas e fake news.

O compromisso da prefeita com Várzea Grande já foi posto à prova. Em vez de estudar os problemas da cidade após a eleição, optou por um cruzeiro no navio do cantor Zezé Di Camargo – um suposto presente, segundo fontes, de uma agência de publicidade da Capital. Nada contra momentos de lazer, mas, quando a população precisa passar pela humilhação de mendigar água para sobreviver, o mínimo que se esperava de Moretti é comprometimento. Ela já conhecia o problema e foi eleita prometendo solucioná-lo. Basta uma rápida busca em suas redes sociais para relembrar as promessas feitas, com ênfase, ao lado de Zaeli. No entanto, seu comprometimento com a cidade parece deixar a desejar.

Quase 70% da equipe de primeiro e segundo escalão da atual administração reside em Cuiabá. Até seu sócio, que é líder comunitário de um bairro da Capital, foi nomeado subsecretário de Serviços Públicos em Várzea Grande. Como essas pessoas podem se empenhar verdadeiramente em suas funções no município se não enfrentam as mesmas dificuldades dos moradores locais? Ou será que os moradores de Várzea Grande são desqualificados e só servem para ocupar cargos de terceiro, quarto ou quinto escalão ou para dar votos e elegê-la? Ora, prefeita, mostre a que veio! Pare de culpar os outros. Agora, não há mais o “gerente” dos Campos para responsabilizar. E então, em quem você e Zaeli vão colocar a culpa agora?

Outro dia, Tião concedeu uma entrevista a uma rádio e afirmou categoricamente que, se tivesse permanecido à frente da gestão por quatro anos, teria solucionado o problema da água. Tião, você está de brincadeira, né? Esqueceu que renunciou ao mandato para entregar o cargo a Maninho de Barros? Menos, né, amigo? Vamos parar com a falácia!

Nada é tão ruim que não possa piorar. O temor da população é que esse caos não seja apenas um fracasso administrativo, mas parte de uma estratégia bem orquestrada para justificar uma privatização relâmpago do Departamento de Água e Esgoto (DAE). Criar um colapso artificial pode ser a cartada de Moretti e Zaeli para apresentar a privatização como a única solução viável. Mas será mesmo esse o caminho? Existe algum estudo embasando essa decisão?

O povo de Várzea Grande quer o óbvio: água na torneira. Nada mais, nada menos. Não dá para pagar duas vezes – uma na conta do DAE e outra no bolso dos caminhões-pipa. Até porque a cidade inteira sabe quem são os verdadeiros proprietários desses caminhões e como atuam para garantir contratos com a Prefeitura. O Ministério Público e os órgãos fiscalizadores precisam agir antes que a cidade afunde ainda mais em desculpas esfarrapadas, incompetência e fake news. Chega de promessas vazias! É hora de cobrar, fiscalizar e exigir que os compromissos de campanha saiam do palanque e se transformem em realidade.

*Edina Araújo, jornalista e diretora do Portal VGNOTICIAS

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