A juíza da Sétima Vara Criminal, Ana Cristina Silva Mendes, designou para o próximo dia 27 deste mês, às 16h30, a audiência de instrução e julgamento da Ação Penal em que o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro é por suposta participação no esquema que desviou R$ 3,3 milhões da Assembleia Legislativa (AL/MT).
Em agosto deste ano, a juíza retomou ação penal contra Arcanjo Ribeiro, pelo crime de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha ou bando sob alegação da extensão da extradição dele, emanada pelas Autoridades Uruguaias. O processo estava suspenso desde setembro de 2018 aguardando a extensão da extradição.
A ação é oriunda da Operação Arca de Noé, deflagrada pela Polícia Federal em 2002, para desarticular esquemas fraudulentos na AL/MT. Os desvios teriam ocorrido quando a Mesa Diretora da Assembleia era presidida por José Riva e Humberto Bosaipo, no qual autorizaram emissão de cheques emitidos para a empresa C.P.T. Almeida, no valor total de R$ 3.369.722,64 milhões, por supostos serviços prestados ao Legislativo.
Os cheques, conforme os autos, teriam sido descontados na Confiança Factoring Fomento Mercantil, de propriedade do grupo de João Arcanjo Ribeiro, concedendo desta forma “suporte” ao suposto esquema. A denúncia narra que empresa C.P.T. Almeida era de “fachada” e que não prestou ou forneceu quaisquer serviços a AL/MT.
“Tais cheques nominais à C. P. T. ALMEIDA, suposto fornecedor da AL/MT, eram encaminhados pelos próprios Deputados para a CONFIANÇA FACTORING e lá eram trocados por dinheiro, ou por cheques emitidos pela CONFIANÇA e nominais aos Deputados JOSE GERALDO RIVA e HUMBERTO MELO BOSAIPO ou a pessoas ou empresas indicadas pelos referidos; posteriormente os cheques emitidos contra a conta corrente da Assembleia Legislativa Estadual eram compensados ou sacados em prol da CONFIANÇA FACTORING (...), fechando-se assim o círculo criminoso de desvio e apropriação indevida de dinheiro público”, diz trecho extraído da ação.
Além de Arcanjo foram denunciados ainda o ex-chefe de gabinete de José Geraldo Riva, Geraldo Lauro, Joel Quirino Pereira, José Quirino Pereira. Em setembro de 2018, o então juiz da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Marcos Faleiros, os condenou a mais de 13 anos de prisão pelo envolvimento no esquema.
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