Em julho de 2024, o esmagamento de soja em Mato Grosso registrou uma leve retração, marcando 1,03 milhão de toneladas processadas, uma queda de 1,98% em relação ao mês anterior. Apesar do declínio, o acumulado do ano segue em alta, com um total de 7,53 milhões de toneladas processadas de janeiro a julho, representando um crescimento de 11,29% em comparação ao mesmo período de 2023.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a queda mensal está ligada principalmente a paradas programadas para manutenção em algumas plantas de esmagamento no estado. No entanto, essa desaceleração não deve ser vista como um indicativo de retração na produção geral. Ao contrário, o aumento contínuo na capacidade de processamento do estado, combinado com uma demanda crescente por farelo e óleo de soja, tem sustentado o avanço anual.
O mercado global também apresentou variações relevantes. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou em agosto suas projeções para a safra 2024/25, estimando uma produção mundial de soja de 428,73 milhões de toneladas, um aumento de 1,62% em relação ao mês anterior. Esse aumento é impulsionado pela melhoria das condições das lavouras norte-americanas, que contribuíram para um incremento de 3,48% na produção dos EUA.
Por outro lado, a demanda global também cresceu, mas em ritmo mais moderado, com uma alta de 0,32%, totalizando 402,84 milhões de toneladas. Esse crescimento foi puxado pelo maior consumo doméstico nos Estados Unidos. Apesar da elevação na oferta e na demanda, o mercado internacional de soja viu os preços recuarem. A Bolsa de Chicago registrou uma queda de 6,22% nos contratos futuros, refletindo o aumento dos estoques globais, que alcançaram o maior nível desde o início da série histórica entre safras.
Em Mato Grosso, o impacto dessa dinâmica global foi sentido na paridade de exportação, que caiu 5,99% na última semana, refletindo a baixa nos preços internacionais. O dólar, que fechou a semana cotado a R$ 5,49, também recuou 2,58%, influenciando a rentabilidade das exportações.
Apesar das variações de curto prazo, o mercado interno de soja em Mato Grosso segue robusto. Com a cotação do óleo de soja atingindo uma média de R$ 5.020,25 por tonelada em julho, um aumento de 14,32% em relação a junho, as margens de esmagamento subiram 31,59%, fechando o mês em R$ 440,13 por tonelada.
O cenário aponta para um ano de forte desempenho para o setor de soja em Mato Grosso, com o estado consolidando-se como um dos líderes no mercado global. A combinação de uma infraestrutura em expansão, aliada a uma demanda crescente, coloca o estado em uma posição privilegiada, mesmo diante das oscilações do mercado internacional.
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