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VGN AGRO Sábado, 26 de Outubro de 2024, 19:30 - A | A

Sábado, 26 de Outubro de 2024, 19h:30 - A | A

bioma ameaçado

Desmatamento zero no Cerrado reduzirá exportação de soja em 5 milhões de toneladas, diz estudo

Estudo também mostra que tradings exportaram soja associada a 17 mil hectares de desmatamento

Lázaro Thor/VGN

Um novo estudo aponta que uma política de desmatamento zero no Cerrado, caso implementada, pode afetar drasticamente as exportações de soja do estado de Mato Grosso, responsável por uma parcela significativa da produção nacional. O estudo foi realizado com base em dados de 2020.

Segundo a pesquisa, realizada por um pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), até 5,31 milhões de toneladas de soja deixarão de ser exportadas anualmente caso os produtores precisem adaptar suas práticas agrícolas para atender aos padrões de desmatamento zero. Isso representa uma perda estimada de US$ 1,82 bilhão em receita, com grandes impactos no mercado internacional e na economia do estado.

O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, desempenha um papel fundamental na exportação de soja. Em 2020, o bioma respondeu por 52,44 milhões de toneladas de soja, das quais Mato Grosso representou 32,2%.

Segundo a pesquisa, as exportações de soja dos municípios do Cerrado mato-grossense em 2020 foram de 12.89 milhões de toneladas, no valor de US$ 4.46 bilhões e estavam associadas a 19.77 mil hectares de exposição ao desmatamento de soja.

Dentre os municípios exportadores, aquele que mais deve perder exportações será o de Sorriso, com 801.30 mil toneladas a menos. Além de Sorriso, municípios como Campo Novo do Parecis e Lucas do Rio Verde, cidades de grande importância para a cadeia produtiva e logística de soja no Cerrado, também serão impactados.

Perdas de exportações nas tradings

O estudo também fez um ranking de empresas que devem sofrer perdas de exportações de Soja caso a política seja implementada. Atualmente, o mercado de exportação de soja para a China é dominado (71%) pelas empresas ADM, Cargill, Amaggi, Cofco, Gavilon, Louis Dreyfus e Engelhart.

Segundo o estudo, Cargill, ADM e Amaggi são as empresas que mais perderão exportações se a política for colocada em prática. A primeira deve perder 538 mil toneladas de soja. Veja a tabela abaixo:

VG Notícias

Ranking perda de soja

 

"A exposição ao desmatamento de soja é ainda mais concentrada em comparação com os outros indicadores, dado que apenas quatro empresas (Cargill, Amaggi, ADM e Louis Dreyfus) concentram sozinhas 60,75% da exposição ao desmatamento. Além disso, cerca de 80,64% dos grupos exportadores tiveram suas exportações de soja associadas a menos de 100 hectares de desmatamento individualmente", diz trecho do estudo.

Política de desmatamento zero

O estudo sugere que a melhor solução é aplicar a política do desmatamento zero para uma região inteira, todo um bioma, e não apenas em municípios com alta taxa de desmatamento ou com baixa taxa de desmatamento. O estudo aponta que a concentração do mercado nas mãos de algumas tradings é uma oportunidade para que esses grupos possam pressionar produtores ruais visando o desmatamento zero.

"Os resultados indicam que cerca de 41,22% das exportações de soja do Cerrado matogrossense em 2020 estariam expostas ao desmatamento e não estariam em conformidade com uma eventual política de desmatamento zero", diz a conclusão da pesquisa.

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