Mato Grosso, o maior estado produtor de carne bovina do Brasil, se prepara para um cenário de desafios e oportunidades em 2025. Com a previsão de que o rebanho bovino do Brasil sofrerá uma redução de 2,25%, o estado também verá seu rebanho diminuir, mas a forte demanda internacional e o aumento dos preços da arroba abrem uma janela de oportunidades para o estado se destacar ainda mais no mercado global.
Em outubro de 2024, a arroba do boi gordo em Mato Grosso atingiu US$ 46,29, o maior valor registrado nos últimos 16 meses. Esse aumento de 15,58% em relação a setembro, causado pela menor participação de fêmeas nos abates e pela crescente demanda internacional, coloca o estado em uma posição competitiva entre os maiores exportadores mundiais de carne bovina.
A redução na oferta nacional de gado pode ser um obstáculo, mas também está impulsionando uma valorização dos preços que favorece diretamente os produtores de Mato Grosso. A vaca gorda, por exemplo, registrou um aumento de 7,95%, chegando a R$ 252,38/@, e o bezerro de 12 meses teve um acréscimo de 6,57%, com o preço médio em R$ 11,19/kg, o mais alto de 2024.
Apesar da queda na produção, Mato Grosso mantém-se como um dos estados mais competitivos para exportações. A valorização da arroba, aliada a uma carne de qualidade e preços ainda competitivos frente a outros países produtores, faz com que Mato Grosso ganhe espaço no mercado global. Em comparação, a arroba do boi nos EUA, um dos principais concorrentes no mercado internacional, atingiu US$ 110,16, o que coloca a carne mato-grossense em uma posição atrativa para importadores que buscam aliar qualidade e custo.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), mesmo com a retração na produção interna, as exportações de carne bovina do estado devem continuar em ascensão, impulsionadas pela demanda global, especialmente da Ásia e do Oriente Médio. As projeções para 2025 indicam que o Brasil produzirá 11,75 milhões de toneladas de carne bovina, e Mato Grosso será um dos protagonistas dessa produção.
Para o mercado interno, a redução do rebanho deve exigir uma adaptação por parte dos pecuaristas, que enfrentarão uma oferta menor, mas, ao mesmo tempo, poderão aproveitar o bom momento para exportações. A produção norte-americana, que também passará por uma queda de quase 4% em 2025, deixa um espaço considerável para Mato Grosso ampliar sua participação no mercado internacional.
Com a alta dos custos operacionais e a crescente valorização da arroba, a gestão eficiente da cadeia produtiva será essencial. O estado já vem demonstrando um bom desempenho na administração de suas exportações, que, mesmo com oscilações sazonais, mantêm um volume significativo. Em setembro de 2024, Mato Grosso exportou 66,84 mil toneladas de carne, gerando uma receita de US$ 231,75 milhões.
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