O deputado Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso – ALMT, selou mais uma parceria para ajudar pequenos produtores rurais. Em caráter experimental, o projeto Aquaponia e Piscicultura em Recirculação, será implementado pela Secretaria Estadual de Agricultura Familiar – Seaf, na Escola Estadual de Educação Especial Raio de Sol, em Cuiabá, onde 115 alunos deficientes cultivam plantas medicinais.
Para isso, Botelho vai destinar emenda de R$ 200 mil para ajudar na execução do projeto, que após um ano de experimento, poderá ser inserido nas pequenas comunidades rurais, gerando emprego e renda às famílias da Agricultura Familiar, organizadas em associações.
A parceria foi firmada durante reunião com Clovis Figueiredo Cardoso, secretário adjunto da Seaf, nesta terça-feira (6), na presidência da ALMT. Cardoso disse que o projeto sustentável já surpreende em algumas localidades de São Paulo.
“Esse projeto, de São Paulo, tem uma característica muito importante que é a criação de peixes e os resíduos usados para alimentar as plantas. É altamente sustentável, com a reciclagem da água e alimento para o peixe. Então, nosso intuito é mostrar aos deputados, por meio do presidente Botelho, a possibilidade de abraçar também esse projeto. O Estado precisa de peixe, nosso consumo cresce, mas a produção diminui. Então, é uma possibilidade para a baixada cuiabana e todo Mato Grosso”, informou Cardoso.
Também participou da reunião, Brasílio Soares, responsável pela Cadeia Produtiva da Piscicultura e Aquicultura da Seaf. Ele disse que a pasta tem trabalhado essa ideia. E esse projeto poderá trazer uma solução mais efetiva à baixada cuiabana, aumentando a capacidade de produção, com zero emissão de carbono, usando menos 90% de água do que a piscicultura convencional e, poderá ser inserido nas pequenas comunidades, ocupando menor espaço.
“Fizemos algumas visitas para validar esse projeto e viemos apresentá-lo ao deputado Botelho, para transformar essa ideia em realidade em Mato Grosso, principalmente, na baixada cuiabana que tem uma deficiência na piscicultura”, esclareceu Soares.
Cada módulo do projeto é de 100 metros quadrados, conforme Soares detalhou, para a produção de 250 quilos de peixes por ciclo e de dois mil pés de hortaliças, através do processo de recirculação da água, levando nutrientes às plantas.
“A otimização da água é muito grande e a licença ambiental simplificada. Acredito que para os assentamentos e as associações, que queiram ter uma renda, com segurança alimentar e sustentabilidade, esse projeto devolverá o nosso peixe à baixada cuiabana”, afirmou, ao acrescentar que são dois projetos pilotos: um em Cuiabá e outro em Tangará da Serra.
O deputado, que conhece bem a realidade das comunidades rurais, disse que o projeto é diferente e inovador, uma vez que vai adequar à produção de hortifrutigranjeiros com a de peixes. Otimista, Botelho assegurou apoio necessário para o experimento.
“Vou destinar uma parte das emendas para fazermos o modelo experimental, mas esse projeto pode sim vir a ser uma opção à agricultura familiar e ribeirinhos. E, dentro de um ano vamos avaliar como funcionará em Cuiabá, na questão do calor e umidade. Mas vejo como uma esperança muito grande. Estamos discutindo a possibilidade de fazer em uma escola e depois estender, com financiamento e subsídio do governo, para os pequenos agricultores”, concluiu o deputado.
Também participou Maria Cristina de Carvalho, da Coordenadoria de Acesso aos Mercados da Seaf.
Biocult – o projeto foi elaborado pela Biocult, que é uma startup brasileira que oferece soluções sustentáveis para culturas agrícolas através da biotecnologia. E tem especialização tecnológica em Produtividade, Resíduos, Economia de Água, Piscicultura, Aquaponia e Hidroponia.