A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Myriam Serra, disse em entrevista ao oticias no Ar, que a unidade de Várzea Grande terá cursos inéditos em Mato Grosso, como engenharia de minas, engenharia de automação, engenharia mecânica, engenharia de computação, engenharia química e engenharia de transportes. Possivelmente as obras serão inauguradas em julho de 2020.
Conforme a reitora, as obras para o Campus de Várzea Grande foram retomadas no dia 19 de dezembro.
“Conseguimos recursos pelo Ministério da Educação (MEC) para retomar as obras do Campus, duas empresas venceram a licitação e retomaram as obras dia 19 de dezembro, temos a expectativa que as obras terminem de oito a 18 meses, não é simples. Além de construirmos os blocos, falta a ponte sobre o córrego do governo do Estado, temos que buscar recursos com a Prefeitura de Várzea Grande para conseguirmos transporte público, o asfalto e a iluminação, que são competências da Prefeitura ou do Estado”, destaca.
Myriam defende o ensino público e diz que a educação de qualidade é um direito de todos e que muitos alunos da UFMT não conseguiriam pagar um curso universitário privado.
“Eu sou a favor porque a educação é um direto de todos, é um dever do Estado. Eu acho que não tem uma compreensão do custo de um aluno da Universidade Federal, é bastante diferente de uma universidade privada. Pois, temos pesquisa, ensino e extensão. O custo médio de um aluno na UF é de 20 mil por mês, ao ano é de 240 mil por ano, fora as taxas, há um estudo do perfil dos estudantes das universidades federais que 75% são das classes C, D e E , ou seja, no máximo dois salários mínimos. Hoje na UFMT se fosse para pagar nem 1% estaria lá”, destaca a reitora.
Segundo Myriam, a comunidade UFMT é de 40 mil pessoas, sendo sete mil entre servidores e técnicos, 22 mil alunos de graduação e oito mil de pós-graduação, nos cinco campos e 17 polos.
Questionada sobre a questão financeira da Universidade, Serra disse que 85% do orçamento é para o gasto com pessoal.
“Nosso orçamento hoje, ele chega perto de R$ 1 bilhão, nossa limitação orçamentária é que praticamente este orçamento está comprometido com pessoas. Então, nossa folha de pagamento consome 85% deste orçamento com o Ministério do Planejamento e dentro do nosso recurso de custeio está 80%, que era para desenvolver ensino e extensão está comprometida 80% com os terceirizados e estagiários. Nosso orçamento geral é comprometido 85% com pessoal”, relata.
A reitora diz que é contra o teto dos gastos públicos. “Entendemos que o teto do gasto público veio com o objetivo de reduzir o gasto da união e o do Estado, mas de fato ele atingiu o país de tanta desigualdade a limitação de politicas públicas. Principalmente na área da educação, da saúde e da segurança, o Brasil é um país de muita desigualdade. A gente sente isto ano a ano, a UF é uma instituição com as cotas, estamos cada vez mais recebendo estudantes de escola pública, quilombola e com deficiência. Nós somos uma instituição que representa a nação brasileira e é necessário recursos para dar uma educação melhor para eles”, destaca a reitora.
Perguntada sobre o novo Hospital Júlio Muller, Myriam disse que tem um recurso de emenda capitaneada por toda a bancada federal de Mato Grosso para a retomada da obra.
“Nós construímos um prédio de medicina na mesma região onde está o novo Hospital Universitário, que é fundamental para Mato Grosso. Além de ser fundamental para formar os profissionais da saúde, ele complementa o atendimento da saúde de Mato Grosso. Temos hoje um recurso de emenda capitaneada por toda a bancada federal de Mato Grosso, junto com o Ministério da Saúde no valor de R$ 58 milhões para 2019. Tem um recurso de R$ 85 milhões do Governo Federal para uma conta específica, que só pode ser movimentada para a obra do Hospital Júlio Muller e estamos renovando os termos de cooperação para que este dinheiro não volte para a Federação e a gente consiga este recurso para a retomada da obra”, fala Serra.