Cerca de 25 vendedores de lanche que ocupam as calçadas da avenida Arthur Bernardes, em Várzea Grande, se reuniram na Câmara de Vereadores, na terça-feira (13.11), para que os parlamentares intercedam junto à Prefeitura de Várzea Grande, que deixem trabalharem no espaço público - já que foram notificados pela Secretaria de Seviços Públicos do município, para desocuparem até 31 de dezembro deste ano.
Ao oticias o proprietário do "Quero Mais Lanche", Robson Luiz Antônio da Silva, relatou que foram feitas várias reuniões com o secretário de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana de Várzea Grande, Breno Gomes, que propôs, segundo ele, para que os vendedores alugassem uma área ao lado da antiga sede da 5ª Ciretran, que pertence ao Instituto de Seguridade Social dos Servidores Municipais de Várzea Grande (Previvag), para criar um espaço próprio.
“Somos vendedores ambulantes de lanche, e tivemos várias reuniões com Breno para regularizar a nossa situação, e eles propuseram para nós um espaço da Previvag, para que a gente fizesse uma adequação para todos irem para esse lugar, fizemos um projeto para entregar para Juarez Toledo que é o responsável pela Previvag, e eles concordaram com o projeto, mas pediram para que aguardássemos”, relatou.
Segundo Robson Luiz Antônio, os vendedores aguardavam uma resposta e foram surpreendidos com a notificação para deixarem o local até o dia 31 de dezembro: “Aguardamos a resposta e o que aconteceu. Veio uma notificação falando para tirarmos os carrinhos de venda da avenida a partir do dia 31 de dezembro. Viemos pedir o apoio para conseguirmos um prazo para organizarmos, fazer uma associação para que possamos ser procurados de uma maneira diferente”, afirmou.
O proprietário do "Altas Horas Lanches", Roberto Pinho, afirmou que os vendedores não trabalham tranquilos no local. Segundo ele, todo ano se sentem ameaçados com as conversas sobre possíveis “expulsões”.
“A gente não trabalha tranquilo, todo ano tem uma conversinha que vai arrancar os carrinhos. Agora chegou essa notificação antes do natal, que você está desempregado, você imagina nossa cabeça, é filho, é escola, é casa financiada. Eu tenho 12 anos de ponto, tem companheiro com 25 anos naquele lugar. O alvará não estamos pagando, porque a Prefeitura disse que estava suspenso, pagamos alvará durante anos e agora não nos libera para pagar o alvará”, relatou Roberto Pinho.
Outro lado – Ao oticias o secretário de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana de Várzea Grande, Breno Gomes, informou que o município está atendendo uma recomendação do Ministério Público Estadual.
“Os vendedores ambulantes estão ocupando as calçadas e colocando o pedestre na rua, não existe isso. Estamos atendendo uma recomendação do Ministério Público, há dois anos estamos com esse problema, o que acontece, nesse endereço tínhamos 14 ambulantes e hoje temos 35, aquele pessoal de Cuiabá, que foram despejados, vieram todos para cá. Ou eles se organizam para locar um local, como foi acordado na reunião, ou organizamos, ou aquela avenida será só de ambulante”, afirmou o secretário.
Sobre a questão do prazo solicitado pelos vendedores, Breno afirmou que tem um ano de conversa: “Eu dei prazo para eles de 90 dias, e outra, eu tenho interesse deles se organizarem em associação. Eles não se organizam, não querem gastar com contador para fazer associação, o prazo deles é 31 de dezembro, eles não têm Alavrá para trabalharem lá, ou eles me apresentam uma proposta, e vamos ao Ministério Público junto, eu não vou segurar isso sozinho.”
Já a moradora do residencial Aeroporto, próximo a Arthur Bernandes, Andressa Oliveira, disse ao oticias que passou da hora da Prefeitura tomar uma atitude. Além de não poder andar nas calçadas, eles ainda colocam cadeiras e o motorista não pode estacionar. "Eles se acham donos das calçadas e das ruas. E são grosseiros com a gente, sem contar com o fedor de urina, na rua. O Ministério Público e a Prefeitura não podem mais dar nenhum prazo, já tiveram prazo demais. São extremamente desrespeitosos com a gente", desabafou a moradora.
Outro problema que precisa ser solucionado, segundo o empresário Adauto Tuim, na avenida Arthur Bernardes, é quanto ao som alto durante a madrugada. Conforme o empresário, está impossível dormir por conta do som e da bagunça promovida com a instalação de trailer e sem fiscalização.
"Vamos ao Ministério Público denunciar, porque está impossível dormir, principalmente nos finais de semana e feriados. Não há controle de decibéis, perdemos a conta de quantas vezes já acionamos a Polícia por conta disso. Além precisa tomar uma atitude, porque é uma área residencial, tem famílias e precisam ser respeitadas, pois pagam seus impostos e não tem dirieto de descansar em paz", revelou o empresário.