As famílias que ocuparam o Residencial Jequitibá, localizado na rodovia Mário Andreazza, em Várzea Grande, se reuniram nesta terça-feira (12.06), na Câmara de Vereadores, para protestar contra a deterioração do empreendimento.
Segundo os manifestantes, há dois meses cerca de 80 famílias enfrentam problemas estruturais, como falta de telhado, falta de pia, falta de banheiro, falta de luz e água. Diante da situação, buscam apoio dos parlamentares para garantir o direito de construir/investir nas unidades e pagar pela casa.
“Não queremos ficar na casa de graça. Queremos reconstruir. Queremos pagar”, dizia o coro dos manifestantes.
A moradora Delma Carmem de Freitas relatou que cada morador está em busca de um lar e ressaltou o desejo de construir nas unidades. “Nós entramos lá porque precisávamos de um teto, muitos estão nos chamando de vândalos, mas não somos, sou mãe de família, estamos em busca de um lar e não vejo como uma luta pedida, vejo como uma luta garantida. Não queremos a casa de graça, queremos pagar por ela, queremos reconstituir cada casa que está lá”, afirmou.
Segundo o advogado Vilson Nery, representante dos invasores, a questão é simples, segundo ele, de um lado existem os recursos públicos destinados a Habitação, destinados pelo governo Federal, com as contrapartidas do Estado e Município, e a empresa que lucrou.
“A empresa que eventualmente por problemas que não me cabe dizer, ela está em processo de recuperação judicial, de outro lado tenho uma construção que começou e foi paralisada há cinco anos, as casas estão destruídas, sem porta e sem janelas. Agora, imagina a angustia de uma mãe de família que está morando de aluguel, morando na casa de parente, passando e vendo que a casa que está destinada para ela está daquele modo.”
Segundo o advogado, os moradores são contrários à destruição dos empreendimentos e por isso, propõe entrar em acordo para pagar pelos imóveis junto a Construtora e o Poder Público.
“Nós já entramos com ações judiciais para tratar com o município e com a Aurora, da questão da posse, isso já está tramitando. E agora os moradores estão com a seguinte demanda, que vão inclusive propor para o judiciário, nós queremos concluir a construção das casas e chamar a Aurora e o Município, e quem for interessado, para dizer que foi aplicado X de recurso público, e os moradores aplicaram X, para construir o banheiro, telhado e encanamento etc, e se restar algum débito a ser pago, os moradores estão disposto a pagar”, relatou o advogado.
O empreendimento do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”, segue com as obras paralisadas desde fevereiro de 2015, quando a Construtora Aurora alegou problemas financeiros decorrentes aos atrasos nos pagamentos pelo governo Federal.
Sobre o Residencial Jequitibá, o secretário de Habitação de Várzea Grande, José Roberto de Amaral Castro afirmou que a responsabilidade pelo residencial enquanto estiver em obra, é da construtora Aurora e do banco responsável.