Vitória Cristina Gama dos Santos Teixeira, 19 anos, ingressou com uma ação trabalhista alegando dano moral contra a gerente de uma loja de óculos em São Paulo. A jovem foi alvo de ofensas em mensagens no WhatsApp e obrigada a cobrir suas tatuagens durante o expediente.
Ao G1, Vitória relatou que iniciou suas atividades como auxiliar na loja Chilli Beans, localizada em Moema, Zona Sul de São Paulo, em 6 de outubro deste ano, após passar por um processo seletivo.
A reportagem buscou contato com o proprietário da loja, que afirmou só poder se manifestar após ter conhecimento do teor do processo. Vitória contou que a relação com a gerente deteriorou-se quando passou a ser perseguida após fazer um comentário sobre outra loja para uma colega de trabalho.
A jovem alegou que a gerente começou a exigir que ela usasse blusa de frio para ocultar suas tatuagens, negava seu direito a uma hora de almoço, proferia insultos sobre sua aparência, chamando-a de gorda e feia, e afirmava que ela não tinha nascido para trabalhar na loja. Além disso, a gerente bloqueava Vitória no WhatsApp e a acusava de sair mais cedo, mesmo cumprindo o horário regular. Essa situação levou a crises de ansiedade, obrigando a jovem a buscar atendimento hospitalar.
Conversas registradas no WhatsApp entre Vitória e sua ex-chefe mostram mensagens nas quais a gerente dizia: "Vitória está vendo Vitória. Pedi milhões de vezes para colocar blusa de frio. Estou ficando brava com você já e suas tatuagens." Essas mensagens corroboram as alegações da ex-funcionária sobre o tratamento discriminatório em relação às suas tatuagens.
Outra mensagem da gerente afirmava: "Vitória, quando você sair de almoço conversamos. Já perdi milhões de clientes e você não entende. Isso é falta de senso seu. Já avisei para ficar de blusa de frio." E ainda: "Não vai fazer almoço, pois chegou 13h20 por causa do seu medicozinho." Estas mensagens reforçam as alegações de tratamento inadequado e as acusações feitas pela gerente contra Vitória.
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