O ex-deputado pelo PSOL Jean Wyllys disse, em entrevista no programa Conversa com Bial, que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nunca o tratou como um adversário político, mas como inimigo. Wyllys afirmou ainda que não se arrepende de ter cuspido no então deputado federal em 2016 na Câmara.
“Uma das razões de eu ter deixado o mandato foi que eu teria 4 anos de um mandato reativo, não seria propositivo”, afirmou. “O presidente nunca me tratou como adversário, me tratou como inimigo”, completou.
O ex-deputado contou que não se arrepende do episódio em que deu uma cuspida em Bolsonaro na Câmara dos Deputados durante o impeachment de Dilma Rousseff.
“Não me arrependo de nada, tenho orgulho e tem uma explicação para isso. Vivíamos um momento tenso no país, antes de mim, por ordem alfabética, votou Jair Bolsonaro e ele elogiou um torturador. Para completar, eu proferi meu voto e quando voltei ele disse “queima rosca”, como se fosse um garoto. Olhei e vi que era ele, aí fui tomado por um transe, aquela figura me enojava tanto, que foi a reação que eu tive. Eu jamais cuspiria na cara de uma pessoa em condições normais, mas era um acúmulo de xingamentos, de anos de assédio moral, de violência contra mim, de tudo. Naquele dia, foi demais e eu explodi”, afirmou Wyllys.
Eleito para o terceiro mandato como deputado federal, Jean Wyllys decidiu renunciar e deixar o país em razão de ameaças de morte que vinha sofrendo. Ele afirmou que após a decisão, ainda recebeu duas ameaças.
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