Uma diarista de 41 anos denunciou o dono da casa em que ela morava após ser chamada de “preta safada”, “macaca” e “negra ladra” em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Toda a conversa ficou registrada em um aplicativo de celular. A Polícia Civil investiga o caso.
“Quando li a mensagem, me senti a pior pessoa do mundo. Nunca passei por nada parecido, nunca sofri nem bullying na escola. É uma dor que não tem explicação. Estou me sentindo um trapo, com vergonha de sair na rua. Passei mal, chorei muito e minha filha me aconselhou a ir à delegacia”, contou a mulher.
As mensagens foram enviadas à diarista, que não quis ser identificada, no sábado (15), cerca de 20 dias após ela ter se mudado do imóvel. O caso foi registrado na delegacia na segunda-feira (17.05).
Discussão
A inquilina conta que morou por nove meses na casa, no Residencial Valência. Ela afirma que o locatário combinou que ela reconstruísse o muro do imóvel, que caiu durante uma chuva.
Assim, segundo a diarista, o valor da obra seria descontado em três meses de aluguel, mas a esposa do proprietário se revoltou com o acordo e começou a cobrá-la. De acordo com a mulher, o homem a mandou deixar o imóvel em um prazo de 48h.
“Comprei os materiais no cartão de crédito. A obra ficou em torno de R$ 3 mil, e o aluguel era R$ 850, até paguei a mais. Foi ele quem mandou as mensagens, pensei que ele não faria isso”, afirmou.
Uma das mensagens ainda ofende a mulher como “porca” e “nojenta”. Ela afirma que estas palavras também a abalaram, pois trabalha limpando casas e faxinava na casa do locatário.
"Ele me chamou de porca. Há um ano eu faço faxina na mesma casa. Se eu fosse porca, como estaria lá?! Eu capinava até o mato da casa dele. Eu amava morar na casa", desabafou.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Cinthia Alves, o homem deverá prestar depoimento. Ele pode responder pelos crimes de injúria racial, ameaça e calúnia. O caso segue em investigação.
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