Um adolescente negro de 16 anos foi baleado por um homem branco depois de tocar por engano a campainha de uma casa em Kansas City, no Missouri, nos EUA. O agressor, um homem de 84 anos, foi acusado nesta segunda-feira (17) de ação criminosa armada e pode ser condenado à prisão perpétua.
Ralph Yarl foi hospitalizado na semana passada com dois ferimentos a bala, sendo um deles na cabeça. A família do adolescente disse que ele foi enviado para buscar os irmãos gêmeos mais novos que estavam na casa de um amigo, mas acabou na casa errada, a cerca de um quarteirão de distância.
Ele recebeu alta no domingo (16) e se recupera em casa, disse o pai da vítima, Paul Yarl, ao jornal The Kansas City Star. No mesmo dia, familiares se juntaram a centenas de manifestantes que marcharam até a casa onde o adolescente foi baleado para exigir justiça.
O promotor Zachary Thompson disse que um mandado de prisão foi expedido contra o agressor, Andrew Lester, e a fiança estabelecida em US$ 200 mil (R$ 988 mil). Na semana passada, Lester chegou a ser detido por 24 horas, mas acabou liberado sem acusações.
O caso provocou indignação e foi repudiado por políticos democratas e republicanos. O presidente dos EUA, Joe Biden, telefonou para os pais de Ralph nesta segunda e disse que ora pela recuperação do jovem e por justiça. Já o prefeito de Kansas City, Quinton Lucas, disse que está com o coração partido e ao mesmo tempo irritado. "Isso nunca deveria ter acontecido", afirmou.
Faith Spoonmore, tia do adolescente, criou uma vaquinha online para arrecadar doações e arcar com as despesas médicas. Ela contou que o sobrinho não estava com o celular quando foi buscar os irmãos. "Ele foi à casa errada por engano", disse, acrescentando que os endereços estão em ruas paralelas e com nomes semelhantes. Quando Ralph tocou a campainha, disse, o homem foi até a porta e disparou na cabeça do adolescente. "Meu sobrinho caiu no chão, e o homem atirou novamente", afirmou.
"Ralph conseguiu então se levantar e correr até a casa do vizinho, em busca de ajuda. Infelizmente, ele teve que correr para três casas diferentes antes que alguém finalmente concordasse em ajudá-lo depois que lhe disseram para deitar no chão com as mãos para cima."
Stacey Graves, chefe do departamento de polícia de Kansas City, disse que a polícia foi chamada ao local por volta das 22h e deteve o atirador. Ela alegou que Lester foi solto após 24 horas, período máximo que, pela lei estadual, uma pessoa pode ficar detida sem acusações. Também disse que havia um elemento "potencial" de autodefesa sendo investigado.
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