Um menino de 8 anos, que passou por cinco transplantes de órgãos, não pode sair de casa depois de se tornar alérgico à luz solar. Patrick Askham nasceu com uma condição chamada Gastrosquise, uma malformação congênita, em que a criança nasce com parte do intestino "para fora" da barriga. Embora possa ser facilmente tratável, o pequeno enfrentou complicações. Seus intestinos estavam emaranhados e seu corpo os rejeitou, então ele precisou ser alimentado por um tubo porque não conseguia comer.
Embora ele tenha recebido um transplante de intestino, seus outros órgãos começaram a não responder. Após o primeiro transplante, Patrick ficou imunossuprimido, isto é, com baixa imunidade, o que o tornou alérgico à luz solar. Desde então, ele recebeu mais quatro órgãos por meio de transplante e agora sua mãe está tentando encontrar uma maneira de tornar sua vida mais fácil. Em entrevista ao Leeds Live, Michelle, 37, de Beeston, no Reino Unido, disse: "Sua imunossupressão, desde o primeiro transplante, o tornou alérgico ao Sol, então tem reações alérgicas ao clima quente e ao calor. E depois do transplante de quatro órgãos, incluindo um fígado, ele não podia mais tomar sol e agora não pode sair de casa", explicou.
“Não podemos fazer passeios, podemos apenas ficar em casa e nos virar. Acabamos de cancelar mais umas férias por causa do transplante”, completou. A jornada de Patrick, que foi documentada no Facebook , é uma inspiração para muitos. Segundo a mãe, apesar dos problemas constantes, seu filho nunca "sente pena de si mesmo". "Ele é apenas um menino normal de 8 anos que quer brincar, se sujar, fazer travessuras, chutar uma bola e apenas ser normal, ele não deixa nada disso afetá-lo, ele realmente é um super-herói da vida real", afirmou, orgulhosa.
“Nós não o mimamos, é assim que ele é, como ele nasceu, como ele cresceu. Não o vemos como uma criança coitadinha, ele é apenas um menino normal e este é o corpo que ele recebeu. Não há nada de vergonhoso nisso e ele lida com isso incrivelmente bem", afirmou. Para tornar sua vida melhor, a família agora pensa em criar uma casinha no jardim para que ele não precise ficar dentro de casa durante o verão. Michelle disse que não está pedindo doações, mas espera que alguém possa ajudá-los. "Não estamos pedindo que ninguém nos doe nada, mas a condição dele é um peso financeiro significativo para nós”, finalizou.
Gastrosquise
Simplificando, podemos dizer que a gastrosquise é um "defeito" que acontece na hora em que os órgãos da criança estão se formando. "O intestino, quando o bebê se forma, é um tubo rígido e pequeno. Conforme vai avançando a gestação, logo nas primeiras semanas, ele vai crescendo muito rápido. Por isso, as alças intestinais saem para fora mesmo do abdômen, porque elas não cabem ali. Mas, depois, elas ‘retornam’ para dentro", explica a cirurgiã pediátrica Natalia Pagan, do Hospital Infantil Sabará (SP). A gastrosquise acontece justamente quando, depois de as alças “voltarem para dentro”, os músculos que envolvem a cavidade abdominal “ficam fracos” ou formam pequenos orifícios, permitindo que parte do intestino fique para fora da barriga de novo, totalmente desprotegido.
Ainda não sabe ao certo o que pode causar a gastrosquise. Até existem algumas teorias, mas não há um consenso entre os médicos sobre o que leva a esse tipo quadro. Segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, os especialistas estudam a possibilidade de a malformação estar relacionada a infecções ou "alimentos, bebidas e medicamentos usados durante a gravidez", por exemplo. O diagnóstico de gastrosquise normalmente é dado ainda na gravidez, durante os exames de pré-natal. De acordo com a FioCruz, cerca de 90% dos casos são identificados por meio de ultrassonografias.
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