A expectativa da Sociedade Brasileira de Oncologia (Sboc) para os próximos quatro anos de governo é ampliar ainda mais a discussão sobre o tratamento de câncer na rede pública de saúde. O tema foi tratado pelo presidente da entidade, Paulo Hoff, em entrevista ao Metrópoles, durante a abertura do XVIII Congresso da Sboc, na quarta-feira (3/11). O evento ocorre no Rio de Janeiro.
De acordo com o oncologista, a expectativa da entidade é manter a discussão com os novos governos federal e estaduais na formulação de políticas públicas para melhorar o tratamento e a vida de pacientes da rede pública e suplementar de saúde.
“Queremos uma oportunidade de ajudar, contribuir na discussão de políticas que permitam que os pacientes tratados no SUS e no privado recebam o que há de melhor para maximizar a chance de um desfecho positivo. Nosso objetivo é curar mais pacientes, e que aqueles sem cura possam viver melhor”, pontua.
O presidente alertou para a chance de crescimento do câncer como a maior causa de morte natural do país nos próximos anos. Atualmente, a doença ocupa a segunda posição, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
“Seria um desejo nosso, nesse momento, que haja uma sensibilização dos nossos governantes para essa que é uma área extremamente relevante. Não existe uma família no Brasil que não sofra com um ente querido tendo câncer. Então, precisamos ver o que podemos fazer para que a vida das famílias desses indivíduos seja melhorada. A gente tem essa expectativa, uma sensibilização para a magnitude do problema”, ressalta.
O assunto também foi lembrado pelo oncologista Gustavo Fernandes, presidente da comissão científica da Sboc. Ele reforça que cerca de 70% da população brasileira é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e que o tratamento oncológico na rede pública precisa de atenção das autoridades.
“Se não tivermos política de diagnóstico, tratamento de câncer e rastreio pelo SUS, não vamos conseguir avançar como país. Câncer vai ser a maior causa de morte no Brasil em algo entre cinco e seis anos. Estamos sempre propositivos em relação ao SUS para tentar ajudar a tomar as melhores decisões possíveis”, ressaltou Fernandes.
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