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Variedades Domingo, 26 de Julho de 2020, 17:17 - A | A

Domingo, 26 de Julho de 2020, 17h:17 - A | A

Entretenimento

Caio Castro foi um dos primeiros de sua geração a não renovar com a Globo

Yahoo/Extra

Antes mesmo que “A dona do pedaço” chegasse ao fim, em novembro de 2019, Caio Castro já sabia que não sairia do ar. Afinal, em junho do mesmo ano, a “Malhação” (2007) em que ele estreou começava a ser reprisada no canal Viva. A surpresa, no entanto, veio quatro meses depois de a trama de Walcyr Carrasco se despedir do horário nobre da Globo. Além da novela teen, o ator seria visto em mais duas reexibições, “Novo Mundo” (2017) e “Fina estampa” (2011), que entraram no lugar de “Nos tempos do imperador” (que nem chegou a estrear) e “Amor de mãe”, respectivamente, devido à pandemia do novo coronavírus. Se um Caio Castro já é bom, imagina três!

— Fiquei surpreso e feliz de poder rever personagens importantes da minha carreira, que mostram momentos distintos do meu trabalho. Isso é bem legal — comemora o ator, de 31 anos, 13 deles vividos bem diante dos olhos do público, desde que foi revelado num concurso do “Caldeirão do Huck” e ganhou o papel do Bruno em “Malhação”.

Assim, tão de pertinho, o público pôde acompanhar a caminhada desse paulista de Praia Grande (cidade do litoral sul de São Paulo), que teve em Antenor, o protagonista jovem de “Fina estampa”, sua primeira prova de fogo na TV.

— Eu tinha uma trajetória considerada curta, havia feito poucos personagens. Antenor foi meu primeiro papel no horário nobre e com muitas nuances, além de ter cenas fortes com Lilia Cabral, que é um monstro e uma artista que admiro muito. Então, assumir um vilão foi bem desafiador e igualmente importante — analisa o ator, que, na época, recebia conselhos de mães inconformadas com a forma com a qual o estudante de medicina tratava Griselda.

Já com o monarca de “Novo Mundo”, o artista recorda que a abordagem era outra.

— Dom Pedro era carismático e as pessoas adoravam o sotaque, a caracterização, o bigode. Além disso, quando eu o recebi, já tinha mais experiência e entendia melhor a minha carreira, enxergava poesia na profissão. Tanto que pedi para viajar para Portugal porque queria sentir um pouco daquele lugar, ouvir a forma como as pessoas falavam... Costumo dizer que foi uma conexão de outro mundo, quase que uma permissão ancestral para interpretar um personagem que tem uma ligação com a história do nosso país — acredita o artista, que ainda vai aparecer como Pedro I no início de “Nos tempos do imperador”, próxima trama inédita das seis, sem previsão de estreia (Caio gravou a cena do nascimento do filho Dom Pedro II, vivido Por Selton Mello, ainda na época de “Novo Mundo”).

A aposta no rapaz surgido num concurso, então, não poderia ter sido mais certeira. Após cinco anos emendando um trabalho no outro, no entanto, Caio surpreendeu quando não renovou contrato fixo com a Globo, sendo um dos primeiros artistas de sua geração a preferir negociar com a emissora a cada nova obra.

— Já são sete anos trabalhando na casa desse jeito. Tive contrato longo de 2008 a 2013. Não renovar foi uma decisão muito estruturada e pensada para ter mais liberdade como ator. Queria poder trabalhar com outras plataformas de conteúdo, tanto no universo digital quanto em outros canais fechados — explica o paulista, sem esconder que, em determinado momento, chegou a questionar se estava fazendo a coisa certa: — Eu me perguntei muito na época se esse era o caminho, se essa seria mesmo a melhor escolha a se fazer. Até porque, há sete anos, ninguém pensava em não ter um contrato a longo prazo com a TV Globo. Tive medo sim, mas também coragem e curiosidade.

Lançar-se no desconhecido, aliás, parece ser o combustível do ator. Amante dos esportes radicais (veja mais detalhes na página 11) e colecionador de carros, Caio também se jogou no mundo empresarial de maneira bem diversificada: é sócio numa rede de hamburgueria com 34 lojas funcionando em 16 cidades nas regiões Nordeste, Sudeste, Distrito Federal, Centro-Oeste e Sul, numa construtora de alto padrão, numa agência de publicidade, numa loja de tatuagem e num aplicativo financeiro. E, como é “o olho do dono que engorda o gado”, segundo o ditado popular, o artista acompanha bem de perto todos os seus negócios. Mesmo que tenha que se reinventar para estar por dentro de tudo durante a pandemia:

— As coisas não acontecem mais presencialmente. Então, como a rotina é participar de reuniões para saber o que rola nas empresas, isso passou a ser feito a distância, por vídeo.

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