O presidente do Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado de Mato Grosso (Sindpss), Paulo Cesar de Souza, diz ter estranhado as versões apresentadas pelo vereador tenente-coronel Paccola (Republicanos), que matou a tiros o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41 anos, na última sexta-feira (1°), especialmente por serem amigos.
“Ele atirou pelas costas, deu quatro tiros sem defesa alguma. Paccola conhecia Alexandre décadas atrás, estudaram juntos. Ele comprou a arma que ele estava, portanto, com ele, Alexandre não saía de lá da loja do Paccola, fazendo treinamento de tiro. Eles eram amigos, tem muita coisa estranha por trás disso ainda”, relatou o sindicalista.
Os servidores do sistema socioeducativo se reúnem nesta terça-feira (05.09), às 9 horas, para manifestação em frente à Câmara Municipal de Cuiabá. Segundo Paulo Cesar, o ato reunirá cerca de 50 agentes socioeducativos e profissionais de outras carreiras, que cobram a apuração da ação de Paccola chamada por eles de covarde.
“Vamos pedir para Câmara apurar e acionar a Comissão de Ética, porque na análise do que vimos nas imagens da câmera de segurança, foi uma coisa totalmente brutal que o vereador fez. O vereador agiu totalmente sem precedentes, sem nenhum profissionalismo dentro do que aprendemos na segurança pública”, reclamou.
Ao analisar a cena, o sindicalista relatou que Alexandre não estava alterado, mas ao contrário do que declarado pelo vereador, quem estava demonstrando alteração era a namorada. Paccola em seu depoimento relatou que a namorada da vítima, Janaína Sá estava sendo ameaçada quando decidiu efetuar os disparos.
“Na cena você não vê ele (Alexandre) em nenhum momento alterado querendo brigar com alguém. Na hora que ele recebeu o disparo estava de costas com as duas mãos para baixo. Ali parece que estava com uma pistola na mão. Se você abrir bem a imagem, você vê que a menina que estava com ele está bem alterada, não era para eu tá falando isso, mas ela ocasionou tudo isso. Ela estava muito alterada, ela (Janaína Sá) vai no short dele. Na minha visão, ele pega a pistola para ela não pegá-la, conhecendo a pessoa de quem era o Alexandre, ele pega a arma para ela não pegar e sai, ele tá na frente, ele vira, abaixa a arma, com certeza para colocar de volta no coldre, isso se realmente for a pistola, não sei se era o celular”, relatou.
Considerando que a cena foi alterada, Paulo Cesar de Souza relata que chegou pouco antes da Politec no local e encontrou Alexandre caído com celular em mão e a carteira em outra. Ele questiona como carregaria uma arma e não vê condições para o feito.
“A versão que ele (Alexandre) estava com a pistola na mão é do vereador, nem a Polícia Civil soltou essa afirmação. Porque não sabe, quando ele está caído no chão, pelas fotos, ele está com o celular na mão esquerda e a carteira encravada até na mão dele o dedo indicador e o polegar, bem presa na mão dele, como ele vai segurar uma pistola também”, questionou.
Outro lado - A assessoria do vereador Marcos Paccola emitiu uma nota no final da tarde desta terça-feira (05.07), negando que o parlamentar conhecia o agente socioeducativo Alexandre "Japão".
"*Em resposta* a matéria de que Paccola conhecia o agente Alexandre Miyagawa e inclusive teria vendido um armas de fogo para a vítima, Paccola afirma que não era amigo e não se lembra de ter tido qualquer tipo de contato com Alexcandre antes do fato ocorrido e que o Presidente do Sindicato dos Agentes Socioeducativo, Paulo César, está cometendo um equívoco confundindo o Vereador Tenente Coronel Paccola, com o Gerente da Loja de Armas".
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