Conforme antecipado pelo oticias, em “primeira mão”, a delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), prestada à Procuradoria Geral da República (PGR), e homologada no Supremo Tribunal Federal (STF), atingiu a maioria dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TEC/MT). O ex-governador revelou em sua deleção, um esquema de pagamento de propina na ordem de R$ 53 milhões para cinco conselheiros do TCE/MT, em troca deles não atrapalharem o andamento das obras do MT Integrado.
Em reportagem do oticias, foi citado que os cinco conselheiros delatados por Silval, poderiam ser presos a qualquer momento por determinação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Clique aqui e confira matéria relacionada.
Já nesta quinta-feira (24.08), reportagem divulgada pela afiliada da Rede Globo no Estado, TV Centro América, confirmou o que foi divulgado pelo oticias, e revelou ainda, detalhes dos pagamentos.
De acordo com o noticiado pela reportagem, Silval contou que o conselheiro do TCE, José Carlos Novelli, teria lhe cobrado R$ 53 milhões em propina em troca de não atrapalhar o andamento das obras do MT Integrado, que estavam orçados em R$ 1,5 bilhão. Na delação, o ex-governador cita que outros quatro conselheiros teriam sido beneficiados com o recebimento de propina, sendo um deles o conselheiro afastado Sérgio Ricardo.
O ex-gestor relatou que na época, Novelli teria exigido que ele assinasse 36 notas promissórias, e que os pagamentos fossem realizados por meio da Gendoc Sistemas e Empreendimentos Ltda, que mantinha na época contrato com a Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu, atual Sinfra).
Silval disse que pagou R$ 15 milhões de propina direcionado aos conselheiros do TCE com dinheiro oriundo da desapropriação no bairro Renascer, em Cuiabá, e que tal pagamento foi intermediado pelo ex-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf e do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB).
Além disso, na delação, o ex-governador afirmou que em 2014 se comprometeu ao quitar o pagamento de propina aos conselheiros por meio de suplementação do orçamento do TCE.
Depoimento Nadaf - A delação de Silval reforça o que o ex-secretário Pedro Nadaf relatou ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), e também noticiado em primeira mão pelo oticias, de que houve participação de conselheiros do Tribunal de Contas no esquema de propina na gestão do ex-governador. Clique e confira matéria relacionada.
Nadaf revelou ainda, a forma como foram pagas as propinas em 2013, o conselheiro do Tribunal de Contas José Carlos Novelli, à época presidente do TCE. Segundo Nadaf, Novelli o procurou oferecendo vantagens no tocante a diversas situações do governo que envolvia uma soma vultosa de valores e que estavam sob fiscalização do Tribunal, como por exemplo, obras da copa do mundo em 2014, os incentivos fiscais, o Programa MT Integrado, as obras em andamento das Secretarias de Estado como um todo e até a aprovação de contas do Executivo Estadual em troca de pagamentos de propinas para a corte de Contas.
Pedro Nadaf, disse que segundo relato do ex-governador Silval Barbosa, teria fechado um acordo com o conselheiro Novelli em R$ 3,5 milhões a serem distribuídos a cinco conselheiros, em 14 parcelas, que totalizariam em aproximadamente R$ 50 milhões a título de propina paga por Silval Barbosa aos conselheiros do TCE, valor este solicitado pelo conselheiro Novelli.
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