O presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Schenkel, afirmou que a entidade é contra a reativação do Fethab 2, que deve ser apresentada nesta quarta-feira (09.01) pelo governador Mauro Mendes (DEM), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT). Segundo categoria, não é “justo” com produtores pagarem mais esta tributação.
Em nota encaminhada à imprensa, Alexandre Schenkel disse que Mauro Mendes em nenhum momento procurou os produtores para discutir a reedição do Fethab 2, e que a categoria somente ficou sabendo do assunto pela imprensa.
“Ficamos sabendo dessa nova proposta pela imprensa e não é justo com o setor que está sendo eficiente e contribui tanto com o Estado. Não procuraram e não tiveram diálogo com o setor para saber se a gente é capaz de contribuir, se pode contribuir e de que forma. Os produtores de algodão são contra o Fethab 2 ou qualquer aumento de tributação no nosso setor”, disse Schenkel, por meio da nota.
Conforme ele, os custos em cima da lavoura já são altos e que é preciso o governo do Estado e a classe política conhecer os números do setor. Apenas com custos de produção, estima-se que chega a R$ 8,5 bilhões por ano.
“Os produtores fazem planejamento com um ano, um ano e meio de antecedência, tendo compromisso com fornecedores e clientes antes de colher. Já estamos apertados na questão de planejamento dos gastos, não temos mais receita para novos tributos”, alertou o presidente da Ampa.
Ainda segundo ele, o setor é contra a possibilidade do “Fethab 2 permanente”, alternativa ventilada pelo secretário de Fazenda, Rogério Gallo, por não existir possibilidade do setor ajudar integralmente todos os anos o Governo sem saber como está e estará a realidade financeira da categoria.
“No setor do agro, 85% da área de algodão do Estado vem em segunda safra, que seria uma safra posterior ao plantio de soja. Somos produtores de soja, milho e algodão e temos uma dependência muito grande do clima e do mercado externo, sendo variável a cada ano. Imagine um ano onde teremos uma produção baixa por conta do clima, de intempéries e por conta disso, fisicamente, não conseguimos produzir um volume grande. Ao mesmo tempo, temos preços muito baixos, e isso inclusive já aconteceu anteriormente, em lavouras de algodão e milho, em que tivemos que pagar para produzir”, finalizou Alexandre Schenkel na nota.
Lembrando que o Novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação, o chamado Fethab 2, é responsável por arrecadar dinheiro da contribuição adicional do setor produtivo tendo como destinação final ações de infraestrutura. Ao todo, o Fethab 2 criado em 2016, já arrecadou aproximadamente R$ 900 milhões entre 2017 e 2018. Somente em 2019, Mauro espera arrecadar em torno de R$ 450 milhões com o Fethab 2.
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