Fontes do revelaram que o governador Mauro Mendes (União) enfrenta um dilema estratégico na definição de seu sucessor para as eleições de 2026 em Mato Grosso. Embora tenha comprometido seu apoio ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) na disputa pelo comando do Palácio Paiaguás, informações de bastidores sugerem que o verdadeiro favorito de Mendes é o ex-senador e empresário Cidinho dos Santos.
Cidinho dos Santos tem se consolidado como uma figura de peso nos bastidores políticos e empresariais de Mato Grosso e fora do Estado. Com habilidade para transitar entre diferentes tendências ideológicas, ele mantém boas relações tanto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quanto com o governo federal de Lula (PT), onde conta com aliados estratégicos. Essa capacidade de diálogo com diferentes forças políticas fortalece seu nome como uma alternativa viável e estrategicamente vantajosa para Mauro Mendes.
Nos bastidores, a preferência pessoal de Mendes por Cidinho é vista como uma decisão pragmática. Além de representar um perfil conciliador, Cidinho também possui um histórico político e empresarial que o credencia como um nome forte para enfrentar o embate eleitoral de 2026.
Enquanto Mauro Mendes sinaliza simpatia por Cidinho, Pivetta já deu início nas estratégias para viabilizar sua candidatura dentro do grupo situacionista. Segundo apurou o , o vice-governador contratou a agência de publicidade Soul para profissionalizar sua comunicação e ampliar sua presença nas redes sociais, numa tentativa clara de melhorar sua percepção junto ao eleitorado.
Entretanto, Pivetta ainda carrega um fardo político: o caso de violência doméstica envolvendo sua ex-esposa, Viviane Cristina Kawamoto, em julho de 2019, onde foi acusado de espancá-la no litoral de Santa Catarina. Contudo, o parecer assinado pelo promotor de Justiça Luiz Franzoni Cordeiro apontou que, durante a apuração do inquérito, foi constatado que Viviane não apresentou uma versão "firme e coerente dos fatos", o que terminou por prejudicar a credibilidade de sua palavra. “É certo que o oferecimento da denúncia deve encontrar lastro suficiente nas investigações”, diz trecho do documento.
Segundo fontes, apesar disso, pesquisas qualitativas internas encomendadas pelo Palácio Paiaguás indicam que o episódio ainda é lembrado por uma parcela minoritária dos eleitores.
Além disso, Pivetta enfrenta resistência dentro da própria base governista. Deputados estaduais o enxergam como um candidato de baixa popularidade e com dificuldades para mobilizar o eleitorado. Esse cenário reforça o argumento de aliados que defendem Cidinho como uma alternativa mais robusta e com maior apelo eleitoral. Entretanto, Cidinho também enfrenta obstáculos devido a questões de compliance em suas empresas e à palavra empenhada por Mendes ao vice-governador.
Chapa em construção
Nos bastidores, o desenho da chapa situacionista para 2026 já começa a tomar forma. Segundo fontes do , o plano inicial de Mauro Mendes envolve uma composição com Otaviano Pivetta como candidato ao governo e o deputado federal Fábio Garcia (União) como vice. Para o Senado, Mendes pode sair numa dobradinha com o bolsonarista José Medeiros (PL).
Contudo, essa configuração ainda é passível de ajustes, dependendo da evolução do cenário político. A possível entrada de Cidinho na disputa pelo governo poderia desestabilizar essa composição, forçando Mendes a recalcular sua estratégia política.
Uma baixa já confirmada é a desistência do empresário do agronegócio Odílio Balbinotti Filho, que vinha sendo cogitado como um possível nome para a sucessão de Mendes. Já o senador Jayme Campos (União), figura histórica na política de Mato Grosso, estaria fora dos planos de Mendes e de seu grupo político restrito, sinalizando um afastamento estratégico do clã Campos das articulações para 2026. Neste contexto, segundo fontes, Jayme Campos é uma incógnita para 2026.
Conflito de interesses e sobrevida política
A decisão final de Mauro Mendes terá implicações estratégicas não apenas para o futuro político de Mato Grosso, mas também para sua própria trajetória política. A promessa feita a Pivetta é um fator de peso, mas o apelo eleitoral de Cidinho é difícil de ignorar — especialmente em um cenário de intensa polarização política nacional e de desgaste natural de governos em fim de ciclo.
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