O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, considera que 2019 foi um ano desafiador para a indústria e a economia como um todo, em grande parte devido ao cenário político nacional.
“O andamento das reformas estruturantes mais lento que o previsto esfriou o ânimo do setor produtivo para investir, especialmente no primeiro semestre, Além disso, tivemos um longo embate em Mato Grosso sobre a questão dos incentivos fiscais, algo que ainda está em discussão, e também sobre a nova lei do ICMS”, assegura.
Oliveira avalia que o segundo semestre vem se mostrando mais positivo, com a recuperação do índice de confiança do empresário da indústria e projeções mais positivas na economia.
Em relação ao Projeto de Lei Complementar que revalidava os incentivos fiscais em Mato Grosso, do qual citou como um embate enfrentado pelo setor, o presidente explica que o mais importante de todo esse processo foi conseguir estabelecer o diálogo com o Governo, e apesar do curto espaço de tempo, considera que alcançaram algumas vitórias que melhoraram muito o texto original do projeto.
“Mato Grosso possui uma série de gargalos com logística difícil, alto custo de energia e de frete e, portanto, os incentivos são determinantes para a competitividade do Estado na atração de novos investimentos. Nesse cenário, a insegurança jurídica é sempre prejudicial, pois equivale a mudar as regras do jogo com a bola em campo”.
Gustavo diz que não tem como afirmar, qual será o efeito real do novo formato do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) sobre o setor industrial do Estado, pois os índices reais que poderão ser aplicados a cada um dos módulos do Prodeic ainda estão em discussão, mas a Fiemt continua à frente do tema fazendo a interlocução entre a indústria e o Governo.
Segundo o presidente, a expectativa do setor para 2020 depende de um cenário nacional mais ameno em termos de polêmicas e mais ágil na implantação de medidas de fomento à economia. Ele aponta que existe uma grande preocupação com a reforma tributária, que é essencial, mas que não pode ser elaborada com base no consumo, sob pena de provocar a quebra de Estados produtores e menos populosos, como Mato Grosso.
“Essa preocupação se estende também à lei Kandir, que vem sendo questionada - e qualquer alteração nessa lei impacta diretamente na economia mato-grossense, muito alicerçada no agronegócio. Ao mesmo tempo, a confiança do empresário industrial vem mantendo leve tendência de alta. A trajetória de crescimento do desemprego já foi interrompida. O próximo passo é a retomada do investimento – basta para isso os sinais verdes do cenário político e do mercado de crédito”, analisa.
Na avaliação de Gustavo, a Fiemt tem em seu DNA a defesa da indústria, que é grande geradora de empregos, agrega valor à produção primária, e aumenta a geração e a distribuição de riquezas e demanda a qualificação profissional, entre inúmeras outras vantagens.
Entre os projetos inseridos por meio do Sesi e do Senai, a Fiemt oferece oportunidades inovadoras, desde a educação básica até a formação superior, com cursos inovadores como agro computação e Big Data. Também faz a ponte entre quem procura vagas de emprego e estágio e quem oferece essas vagas, através da atuação do IEL. “Assim, exercemos o nosso papel na geração de empregos e oportunidades: apoiando a indústria, preparando pessoas e construindo as ligações entre elas”, lembra.
Gustavo Oliveira acredita que a Fiemt atuou de maneira firme pela industrialização de Mato Grosso, em diversos temas. Isso teria permitido diversas melhorias na lei do novo Prodeic e também do ICMS. “A Fiemt também foi uma das articuladoras do processo que levou à retomada do fornecimento de gás natural. Sempre no centro do debate econômico, a Fiemt tem um papel histórico de interlocutora do setor produtivo de Mato Grosso, que em 2019 foi desempenhado de forma intensa e contundente”.
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