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Política Terça-feira, 15 de Abril de 2014, 14:05 - A | A

Terça-feira, 15 de Abril de 2014, 14h:05 - A | A

'Petrobras não pode virar caso de polícia, diz Eduardo Campos

Pré-candidato do PSB à Presidência destacou perda do valor da estatal

G1.com

O presidente do PSB e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta segunda-feira (13) que a Petrobras "não pode virar caso de polícia". "Não vamos permitir que a Petrobras se transforme em um caso de polícia. Não vamos permitir que a Petrobras se torne contra o sistema. Precisamos agora separar os erros das instituições, a capacidade delas de produzir, com erros", disse Eduardo Campos.

Nas últimas semanas, diversas denúncias de irregularidades vieram à tona com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. A PF também suspeita de uso de dinheiro de suposta propina paga por fornecedores para doação a campanhas eleitorais. Na semana passada, a PF apreendeu documentos na sede da empresa.

Eduardo Campos participou nesta tarde em Brasília de evento para anunciar que a ex-senadora Marina Silva será pré-candidata à vice-presidência pelo PSB. Ao falar sobre a gestão da estatal, Campos disse que "a população não pode ver uma empresa como a Petrobras, que valia R$ 458 bilhões, chegar a R$ 185 bilhões e acharem que não houve nada demais".

Mais cedo, em Pernambuco, a presidente Dilma Rousseff reagiu a críticas de adversários à gestão da Petrobras. Em Ipojuca, ela disse que está comprometida com a apuração e a punição "com o máximo de rigor".

"Não podemos permitir, é bom dizer isso, como brasileiros que amam e defendem este país, que se utilizem ações individuais e pontuais, mesmo que graves, para tentar diminuir a imagem de nossa maior empresa, nossa empresa mãe, ou para tentar confundir quem de fato trabalha a favor com quem trabalha contra a Petrobras", declarou a presidente.

No Congresso Nacional, está em discussão a abrangência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a estatal. A oposição quer que sejam apurados negócios da estatal, enquanto a base aliada quer que a CPI investigue também denúncias que envolvem o metrô de São Paulo e a instalação do porto de Suape, em Pernambuco.

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União investigam, ao todo, três negócios da Petrobras – a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, as denúncias de pagamento de propina a funcionários da estatal por uma empresa holandesa e a venda da Refinaria de San Lorenzo (Argentina), em 2010.

'Rumos estratégicos'

Durante o evento em Brasília, Eduardo Campos afirmou o Brasil "perdeu os rumos estratégicos" nos últimos três anos. Ao se referir à gestão da presidente Dilma Rousseff, o socialista afirmou ainda que o país também perdeu os "fundamentos macroeconômicos".

"O Brasil perdeu os rumos estratégicos desde 2010. O Brasil ora dizia que ia para um lado e ia para outro, o Brasil foi perdendo seus fundamentos macroeconômicos. O país perdeu nos últimos anos a inclusão social, as políticas públicas ligadas à população mais vulnerável", disse Eduardo Campos.

Ao falar sobre a corrida presidencial em 2010, o socialista afirmou que à época o debate político foi "quase anulado" entre os candidatos. Naquela campanha, o PSB apoiou Dilma.

"Em 2010, não se discutiu o Brasil, foi um ano que discutimos não o que queríamos fazer, isso não fez parte do debate de 2010. Era tudo ou nada, esse debate em 2010 fez com que o Brasil vivesse quase que a anulação do debate político", completou.

Marina

Mais cedo, em seu discurso, a ex-senadora Marina Silva relembrou das dificuldades da Rede Sustentabilidade ao tentar fazer o registro no Tribunal Superior Eleitoral e criticou aqueles que duvidaram da aliança formada pela Rede com o PSB. Ela também afirmou que o objetivo da união é ir além das candidaturas e poder dividir um legado conjunto.

"E, daqueles que acreditavam que aliança não ia dar certo, a cada semana ouvíamos algo que seria o tiro de misericórdia. Graças a Deus e à confiança que estamos criando entre nós, estamos aqui para anunciar nossa pré-candidatura. Você [Campos] à presidente, e eu a sua vice", disse Marina.

"Não será uma conquista de apenas um grupo, de um partido, de uma liderança [....]. O que nós estávamos nos dispondo não era apenas dividir um palanque, participar de uma disputa eleitoral, mas sobretudo compartilhar legado. Porque legado não é coIsa que se possa reter. Legado é compartilhado com o povo", completou.

A pré-candidata afirmou, ainda, que é preciso criar um novo modelo de política no país. "Desde sempre nós dissemos: o nosso problema, a nossa questão, não é só candidatura pela candidatura, eleição por eleição. Queremos realinhamento político para criação de novo campo político no nosso país. A democracia foi conquistada graças a mobilização de todos nós no campo popular", afirmou.

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