A presidente Dilma Rousseff não vê razões para aceitar a demissão do ex-presidente do PT, José Genoino, do cargo de assessor especial no Ministério da Defesa. O petista pediu exoneração na última quarta-feira no diretório nacional do partido, em São Paulo, depois de ser condenado por corrupção ativa no caso do chamado "mensalão", pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, ele leu uma Carta Aberta ao Brasil pela qual se dizia "indignado" e "vítima de uma enorme injustiça".
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Dilma se recusou a assinar o pedido de demissão e informou o ministro da Defesa, Celso Amorim, que não havia, àquela altura, nenhuma razão para demitir o ex-deputado. Segundo o advogado do réu, Luiz Fernando Pacheco, a presidente orientou Genoino a aguardar até o fim do julgamento para só então definir sua permanência ou saída do governo.
Questionada pelo portal G1, a assessoria do Palácio do Planalto respondeu por meio de nota: "E [a presidente] comentou que lamentava o fato de uma pessoa da estatura de Genoino estar naquela situação". Na edição de quarta-feira, uma nota publicada na Folha de S.Paulo informava que a demissão de Genoino era uma exigência do Planalto, que teria avisado o Ministério da Defesa sobre a necessidade de ele sair do governo após a condenação.
Condenado por 9 a 1
José Genoino foi condenado por 9 votos a 1 pelo crime de corrupção ativa na corte suprema. Com ele, também foram condenados o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Os ministros não consideraram a versão da defesa do petista, de que ele "ignorava por completo o centro de distribuição de recursos" no suposto esquema de compra de votos para o governo federal entre 2003 e 2004. O único ministro a absolvê-lo foi o revisor da Ação Penal 470, Ricardo Lewandowski.
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