As ações da Polícia Federal que atingiram nessa terça-feira (20.05), o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), e o deputado estadual José Riva (PSD), foram consideradas pelo Palácio do Planalto uma retaliação da PF ao governo devido a uma disputa de poder entre os policiais e o Ministério da Justiça. A avaliação já existia quando foi desencadeada a Operação Lava a Jato, e o governo entendeu que a insistência em vazar informações especialmente do deputado petista André Vargas e do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, tinham a ver com esta disputa e que era uma atitude "orquestrada".
A avaliação se repetiu neste caso, uma vez que a operação atingiu em cheio partidos aliados do governo, como o PMDB do vice-presidente Michel Temer, o PSD de Gilberto Kassab e o próprio senador Blairo Maggi (PR-MT), muito próximo de Dilma.
O próprio Silval Barbosa esteve anteontem no Planalto e foi cumprimentado por Dilma, na cerimônia de lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2014-2015.
A operação tem ainda efeitos diretos sobre a política local, uma vez que Silval tem três pré-candidatos de sua base ao governo do Estado: o vice-governador Chico Daltro (PSD), o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB) e o ex-vereador em Cuiabá Lúdio Cabral (PT).
O pré-candidato da oposição, Pedro Taques (PDT-MT), também pode ser atingido, pois seu principal financiador de campanha, os empresários Fernando Mendonça, foi alvo de busca e apreensão em sua residência em outra fase da operação.
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