O vereador de Cuiabá, tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos), em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (14.07), chamou a colega de parlamento, vereadora Edna Sampaio (PT), de urubu de cadáver. A parlamentar é autora da representação contra ele, por quebra de decoro parlamentar, com pedido de urgência de afastamento cautelar.
Ele tornou alvo da representação após matar o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa conhecido por "Japão", no dia 1º de julho.
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Paccola descreveu que Edna Sampaio age como urubu de cadáver: “A única pessoa que utilizou essa tragédia como um urubu de cadáver foi a vereadora Edna. O que ela fez foi algo repugnante, perante uma tragédia que não tem nenhuma ligação com a minha atividade política. Foi única, pelo meu dever de ser policial.”
Questionado sobre a fala da vereadora Edna durante o voto na sessão, que afirmou que Paccola não deu o direito à defesa de Alexandre, Paccola, que aponta diferença entre tiro nas costas e pelas costas, afirma que deu chance de defesa à vítima. “Com certeza, ele estava com a arma na mão”.
Paccola disse que está “enlutado pela família” do Alexandre, mas apontou que o agente socioeducativo deixou de cumprir seu papel profissional. Ele observou que não quer transformar a vítima num vilão, mesmo que pague com a vida, mas quer restabelecer a verdade.
“Estou enlutado pela família, lógico, é um amigo, é um colega de profissão que tinha o dever de cumprir as leis e decidiu por algum momento descumpri-la, se embriagando, permitindo que uma pessoa embriagada pegasse o volante. Depois com uma arma de fogo, embriagado, ameaçando pessoas, sacando sua arma, atentando visivelmente na situação. Não é que eu quero transformá-lo num vilão, mas eu quero restabelecer a verdade. Eu quero mostrar para sociedade que independente de quem seja. A partir do momento que você decide portar uma arma de fogo, você precisa ter responsabilidade.”
Em sua análise, Paccola avalia que não errou na ação que levou a morte de Japão: “Não tem uma situação, que penso que poderia ter agido ou finalizado de forma diferente”, argumentou o vereador, que também garantiu ter dado várias vezes a ordem para a vítima baixar a arma.
Autopromoção
O vereador também nega que sua ação durante a morte de Alexandre visava autopromoção ao relatar sobre o pedido do Ministério Público, que recolheu seu celular. “Apesar de não entender as justificativas do Ministério Público fiz questão inclusive de dar a minha senha para o delegado, para eles consigam analisar e verificar se em algum momento eu usei isso como eles me acusam para autopromoção”, disse Paccola.
Ele destacou que qualquer intervenção a uma pessoa armada não tem como definir o resultado. “A arma poderia falhar, o tiro poderia não ter acertado em algum lugar que ele parasse a ação, e ele poderia ter atirado em mim”, argumentou.
Paccola ressaltou que acusou a namorada de Alexandre, Janaina Sá falou inverdades e absurdos no vídeo gravado um dia depois do homicídio. “Hoje eu compreendo que foi graças àquele vídeo que as testemunhas decidiram ir lá na delegacia de maneira voluntária."
Afastamento adiado
“Eu acredito que a decisão do presidente (Juca do Guaraná Filho) foi bastante equivocada a começar da fala dele da última sessão, o instrumento de afastamento não previsto em regimento, o próprio parecer da Procuradoria alerta que decisão do Tribunal de Justiça que não existe afastamento sem processo legal, depois coloca a inexistência no código de ética no regimento”, argumentou o parlamentar.
Paccola destacou que seu interesse pessoal era para que a Casa de Leis tivesse votado seu afastamento na sessão de hoje. Segundo ele, não quer nenhum tipo de proteção em relação ao processo. “Eu tinha sim interesse de ser votado porque não estou aqui querendo que haja nenhum tipo de proteção, ou que faça qualquer tipo de ajuda, ou apoio dos parlamentares. Quero que seja feita justiça”, declarou o vereador.
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