O deputado federal por Mato Grosso, Nilson Leitão (PSDB), defendeu na tribuna da Câmara Federal nesta sexta-feira (08.04), que a votação do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) seja feita em um domingo, para que assim, a população possa acompanhar o ato.
Leitão discorda de que se a votação ocorrer em um domingo poderá se formar um campo de batalha. “Eu só queria fazer um registro muito sério do que está acontecendo. A base do Governo e aqueles que não querem o impeachment têm pregado, na imprensa, em suas falas na tribuna, que, se houver a votação no domingo, poderá se formar um campo de batalha, um campo de guerra. Alguns sugeriram que poderia ocorrer até mortes nesse dia. Eu quero fazer a seguinte reflexão: no último dia 13 de março, foram mais de 10 milhões de famílias brasileiras para as ruas de forma voluntária. Não houve um incidente qualquer; não houve nenhum conflito; não houve nenhum problema” declarou.
O parlamentar também lembrou que logo após o movimento de 13 de março, com a ameaça de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser nomeado ministro da Casa Civil, 40 mil brasileiros foram para a frente do Palácio do Planalto, sem nenhuma mobilização de organizações de rua, sem nenhum ato de violência registrado.
“Famílias de Brasília e outros que estavam na cidade foram contestar a nomeação. Já aconteceram, em Brasília, no domingo, eventos enormes, como a Copa do Mundo. Quer dizer que a sociedade brasileira é baderneira? É óbvio que não! Vão para a rua para defender os seus direitos e aquilo em que acreditam” defendeu.
De acordo com Leitão, quem está se organizando, ameaçando a população brasileira e os deputados, ameaçando invadir gabinetes e propriedades são organizações como o MST, como a CUT, as quais, segundo ele, “estão usando o Planalto como um QG de guerra”.
“Outra coisa: muitos estão chamando a escolha da data de casuísmo. Casuísmo é vender cargos, é vender a República, é vender Ministérios, é trocar o poder pela dignidade e pela honra. É isso que estão fazendo com o Brasil” enfatizou.
Para o tucano, “a votação tem de ser no domingo, para dar àqueles quase 80% de brasileiros que aparecem nas pesquisa a favor do impeachment a oportunidade de estarem presentes”.
No entanto, o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha esclareceu que o Congresso ainda não está escolhendo e nem vai escolher uma data para a votação. Segundo ele, a Câmara Federal está dando sequência ao calendário. “Se, depois de 48 horas, houver condições, se não houver orador para discutir, se ninguém quiser discutir, se ninguém quiser utilizar o seu tempo, vai ser. Se não, não será. Pode ser domingo, sábado, sexta, segunda. Vai ser o tempo necessário” argumentou.
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