Em pronunciamento nesta segunda-feira (26.08), o senador Pedro Taques (PDT-MT) manifestou apoio às reivindicações dos trabalhadores da educação de Mato Grosso, em greve há mais de duas semanas. Segundo o parlamentar, os motivos para a paralisação das atividades de cerca de 30 mil profissionais passam por salários defasados, ambientes de trabalho inapropriados e baixo investimento efetivo por parte do governo. Estima-se que mais de 400 mil alunos estejam sem aulas no estado.
“Não é de hoje que a educação atravessa uma crise. A pauta de reivindicações dos professores não é nova. São anos de descaso do Poder Público. Como se já não bastasse o atestado de deficiência na gestão dos recursos públicos voltados à educação; ainda temos que conviver com novas situações como o ‘famoso caso do salmão’. Menos salmão, mais educação”, afirmou Pedro Taques.
O parlamentar classificou como lamentável o episódio em que a Secretaria de Educação do Estado iria desembolsar R$ 7,7 milhões para alimentação de servidores; num cardápio que previa pratos sofisticados como salada de mariscos e salmão ao molho tártaro. “Tudo isso enquanto os professores entravam em greve”, questionou.
Entre as reivindicações dos trabalhadores da educação, o pedetista cita o reajuste de 10,41% do salário; aumento no poder de compra da categoria; aplicação dos 35% dos recursos na educação como prevê a Constituição Estadual; e posse aos classificados no último concurso público. “Eu conheço muito bem essa sensação de indignação dos professores. Também conheço a realidade dos alunos das escolas públicas. Afinal, fui aluno de escola pública e a minha mãe aposentou-se como professora. Desde criança eu já pude entender: a culpa não é do professor”, argumentou.
Para ilustrar que as falhas de gestão vão além da defasagem do salário dos professores, Pedro Taques mencionou o último relatório do Tribunal de Contas do Estado reprovando as contas da educação. O TCE apontou descontroles e desatendimentos à legislação licitatória, contábil e de responsabilidade fiscal.
“Precisamos aumentar, de forma gradativa, o investimento em educação no estado, para 5% do PIB; criar ações de incentivo à permanência na escola do aluno do ensino médio, que apresenta altas taxas de abandono e repetência; e ampliar ações para redução das taxas de analfabetismo escolar. Importante ressaltar que não há que se falar em educação, sem pensar num dos principais atores envolvidos no processo educacional: os professores”, destacou.
Em seu pronunciamento, Pedro Taques relatou ainda que os professores das escolas públicas de Cuiabá também entraram em greve para reivindicar reajuste salarial e afirmou que espera celeridade na resolução do impasse. A categoria, que já recebeu reajuste de 6.97% luta por mais 4% de aumento, o que representa um reajuste de 10,9%. De acordo com o Sintep, Cuiabá conta atualmente com 84 escolas e 48 creches. São mais de 50 mil estudantes da rede municipal de ensino e 7,6 mil servidores entre professores e técnicos.
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