O governador Mauro Mendes (DEM) em entrevista à imprensa criticou a greve dos policiais penais em Mato Grosso, que completa o 13ª dia nesta terça-feira (28.12). Cobrado para dialogar com a categoria, Mendes afirmou que seus secretários, Mauro Carvalho (Casa Civil) e Alexandre Bustamante (Segurança Pública), fizeram uma proposta na primeira reunião com seu total aval.
“O que foi dito a eles (policiais penais) na reunião foi discutido comigo, então, eu não consigo falar com todo mundo né, é impossível o governador falar todo mundo que gostaria de falar comigo. E foi para aquela reunião, o secretário-chefe da Casa Civil e o secretário de Segurança e lá o que foi tido a eles estava devidamente combinado comigo e com a minha autorização”, declarou o governador sobre a exigência da categoria que exige um compromisso do governador.
Leia mais: Policiais penais exigem compromisso do governador para encerrarem greve em MT
Segundo o governador, na ocasião, a proposta apresentada tinha como condicionante acabar com a greve, porém, como não foi aceita, o Governo não tem nenhuma proposta para a categoria: “Foi dito na reunião com toda clareza, tem uma proposta hoje, se entrar em greve a proposta está zerada, não existe mais proposta. E eles tomaram o caminho número dois, então hoje não tem mais proposta.”
Se eu der um aumento e os policiais penais ganharem mais que um policial militar, no outro dia os policiais militares farão greve
Diferente do que alega os policiais penais, que cobram equiparação salarial com a Polícia Militar, Mauro afirma que a categoria ganha praticamente igual policial militar. Para o governador, um aumento maior que o atual significará um efeito cascata e deverá gerar novas greves.
“Não é porque fez greve que o Governo vai aumentar salário, se fosse assim seria fácil, eles já ganham praticamente igual a policial militar, o ganho do policial penal está quase igual na maioria das faixas, só na primeira - quando entra que não -. Então, se eu der um aumento e eles ganharem mais que um policial militar, no outro dia os policiais militares farão greve, daí eu dou aumento para militar, logo, a Polícia Civil faz greve, tenho que dar aumento para civil, professores fazem greve...Vai ser um ano inteiro de greve, daí, quem paga essa conta é o cidadão. Então, eu administro a lógica, com racionalidade e com bom senso”, criticou o governador.
Mauro também lamentou a decisão do Sindicato que segue com a greve mesmo após o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Pedro Sakamoto, declarar a greve como ilegal e decidir pelo afastamento do presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado (Sindspen-MT), Amaury Benedito Paixão e ainda ratificar a multa diária para R$ 200 mil.
Eu administro a lógica, com racionalidade e com bom senso
“O Governo não tem nada a acrescentar daquilo que já disse. Lamenta, eles não estão cumprindo as decisões judiciais, são inúmeras decisões judiciais, estão entrando em uma situação delicada para o Sindicato, que está penalizando algumas pessoas”, declarou Mauro.
Questionado se teme rebeliões e tragédias nas unidades penitenciárias, Mendes afirmou que teme, mas alertou que a responsabilidade será dos policiais penais: “Eles serão responsabilizados por isso. Senhores têm decisões judiciais, claro que eu temo, mas se for assim: já pensou se a polícia parar também? Vira um caos, se a Polícia Civil parar vira um caos, se os médicos pararem vira um caos, e aí? Todo mundo que parar o Governo dá aumento? Dá aumento, da aumenta, é isso? Acha que é certo isso? Não é certo!”, criticou.
Já sobre o alerta da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) que teme “um conflito armado”, Mauro foi direto: “A Opinião da OAB é importante, mas eu não tenho nenhum dado que me leva a refletir sobre isso”, encerrou o governador.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).