As comparações ofensivas feitas pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), entre mulheres e vacas, não são motivos fortes para cassar o mandato do parlamentar. Pelo menos é o entendimento do corregedor da Comissão de Ética, deputado Max Russi (PSB), expressado em entrevista à imprensa nessa segunda (31.07).
A Comissão de Ética foi criada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para analisar medidas a serem tomadas e as possíveis penalidades para o deputado Cattani, após ele comparar a gestação de mulheres à das vacas durante reunião de abertura da Frente Parlamentar de Combate ao Aborto - Pró-Vida.
Contudo, Russi diz não enxergar elementos suficientes para a cassação do mandato do deputado, pois, é necessário haver uma atitude muito grave para um mandato ser cassado, e não apenas discordâncias de conduta.
Max explicou que os deputados que compõem a comissão irão examinar o ocorrido e também as medidas a serem tomadas. Ele afirmou que o objetivo é concluir o processo rapidamente. "Vamos conduzir a análise de forma tranquila, conversando com todas as partes envolvidas, e buscaremos finalizar o processo em um curto espaço de tempo. Mas todas as decisões serão tomadas de forma bem fundamentada, analisando todas as questões relacionadas a possíveis penalidades para o deputado", afirmou.
O deputado ressaltou que, em sua opinião, é preciso uma conduta muito grave por parte de outro parlamentar para o mandato ser cassado. Ele destacou que Cattani recebeu mais de 40 mil votos nas urnas, e, por isso, é necessário considerar que ele foi escolhido por uma grande parcela da sociedade para representá-la.
"O deputado foi eleito democraticamente por mais de 40 mil pessoas. Uma grande parte da sociedade o escolheu como representante. Eu, como cidadão, acredito ser preciso um argumento muito forte para cassar um mandato, como corrupção ou algo nesse sentido", observou.
Max também enfatizou que a Comissão de Ética tem um papel importante e poderoso, portanto, os deputados precisam ter cautela para não prejudicar o parlamentar com a retirada do mandato.
É importante, segundo ele, que, mesmo discordando das atitudes de Cattani, o motivo para a cassação seja relevante o suficiente para os eleitores compreenderem o motivo da destituição.
"A Comissão de Ética precisa agir com muito cuidado, pois não podemos retirar um mandato e crucificar alguém, mesmo que não concordemos com suas ações. Podemos discordar das atitudes e considerá-las erradas, mas é fundamental que os fatos justifiquem e expliquem para a população o motivo pelo qual o mandato foi cassado", pontuou.
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