O governador Mauro Mendes (União) afirmou neste domingo (29.12) que o valor enviado pelo Governo Federal para a segurança pública em Mato Grosso é um "dinheirinho". Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Mendes comentou sobre o decreto de armas do Governo Lula, que muda regras de utilização de armas de fogo pela polícia.
O decreto condiciona os repasses do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional (FNSP) ao cumprimento das novas regras, na tentativa de reduzir os índices de violência no Brasil. Em 2023, Mato Grosso recebeu R$38.084.472,79 do FNSP.
"O dinheirinho da União é muito pouco diante daquilo que todos os estados brasileiros estão investindo. Os recursos para a Segurança Pública, Polícia Penal que nós bancamos com o dinheiro do Estado é muito, mas muito maior do que esse dinheirinho que eventualmente deixaria de vir", declarou.
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Na avaliação do governador, o recurso recebido do Governo Federal é desnecessário. Mendes declarou abrir mão de receber o dinheiro. Vivendo um momento de crise na Segurança Pública, Mauro continuamente cita o "aumento" da conta para não convocar policiais militares e civis aprovados em concurso público. Em agosto, o governador disse que não chamaria novos policiais porque isso "dobraria a conta" da segurança pública.
"No meu estado eu já adianto: prefiro deixar de receber esse dinheirinho a ter que seguir uma regra que eu acredito que não vai ajudar na estratégia de melhorar o ambiente de segurança para o cidadão e para a sociedade", afirmou Mendes durante entrevista à Rádio Jovem Pan News.
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Mendes enfrenta um enorme déficit nas forças policiais e assiste ao crescimento das facções criminosas. Em outra entrevista nacional, realizada este ano, o próprio governador admitiu ter visto crianças fazendo sinais de grupos criminosos durante uma inauguração de uma escola, enquanto tiravam foto ao seu lado.
Mato Grosso figura como um dos estados com os piores índices de segurança pública do Brasil, com destaque para a cidade de Sorriso, a primeira no Brasil em número de estupros e a sexta mais violenta do país.
A ousadia dos grupos faccionados provocou a morte de um PM, que estava trabalhando de folga na Prefeitura de Cuiabá para compensar os baixos salários nas forças policiais. Mendes disse que caçaria o assassino "até o inferno", mas mudou de ideia quando descobriu que ele poderia estar escondido no Rio de Janeiro. Até o momento, o autor do assassinato foi identificado como sendo suspeito de integrar o Comando Vermelho, mas não foi preso pela polícia.
Além disso, ocorreram ataques contra outros policiais, como o que aconteceu em Colniza neste ano. Alvo de críticas, o governador tem dito que é preciso "endurecer" as leis.
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