O deputado federal Júlio Campos (DEM), anunciou recentemente que pretende se aposentar da política assim que concluir o seu mandato em 2014.
Júlio, que já foi prefeito de Várzea Grande, senador e governador do Estado, disse que o principal motivo da pretensão em abandonar a vida política é a decepção com o atual cenário político do Brasil.
Em entrevista ao telejornal “Jornal do Meio Dia”, na manhã desta terça-feira (30.07), Júlio declarou que o Congresso Nacional apenas finge que trabalha, e que nada adianta o clamor da população, pois, os políticos fingem que estão ouvindo a voz do povo, quando na verdade, estão apenas pensando em sua reeleição.
“A gente fica lá só votando medida provisória e fingindo que está legislando. Eu não estou mais a fim, minha idade já não permite, já dei minha contribuição e colaboração, foram 42 anos de mandato. Não posso continuar nesse fingimento que está ocorrendo o Congresso Nacional, onde eles fazem de conta que estão ouvindo a voz das ruas, quando na verdade estão se preparando para uma disputa eleitoral. Por isso a minha decepção em não querer mais nem disputar nenhum mandato”, desabafou o parlamentar.
O deputado disse ainda, que a reeleição é uma das piores desgraças do Brasil. Ele defendeu o fim da reeleição e a aposentadoria para os políticos aos 72 anos.
“Não existe a aposentadoria compulsória para funcionário público? Então, também deveria ter para o político. Aos 70 anos o político cai fora. Tem que acabar com a reeleição. A desgraça desse país é a maldita reeleição” criticou, e defendeu que deveria ter apenas exceções para, o Legislativo, mesmo assim, ele defende que por apenas dois mandatos. “O cidadão podia ser duas vezes vereador e se não for para frente, para disputar deputado estadual, federal, vai encerrar como vereador, porque não tem perfil para disputar outro mandato e com isso, forçaria a renovação da política brasileira e abriria espaço para os jovens e para as mulheres” completou.
Outro ponto criticado pelo deputado é os milhões gastos com coisas desnecessárias, enquanto a sociedade clama por mais saúde e educação. “O poder público gasta milhões com a construção de prédios. Cada Tribunal construído em Brasília são milhões de reais gastos, como se fosse um país rico, e não tem um tostão sequer para construir uma Santa Casa, um hospital no interior, uma UTI infantil”, disse.
Júlio ainda argumentou que nos dias atuais o nível do Congresso Nacional é o pior possível, e que antigamente, os deputados moravam em Brasília com seus familiares e trabalhavam de segunda a sexta, hoje, apenas trabalham nas terças e quartas.
“Infelizmente o Congresso piorou muito. O nível do Congresso Nacional é o pior possível, tanto a Câmara Federal quanto o Senado. Eu fui deputado federal em 1978, quando todos os deputados moravam em Brasília com suas famílias, e trabalhávamos de segunda a sexta. Hoje o Congresso trabalha apenas terça e quarta. E na quinta-feira, já está todo mundo indo embora. Não tem entrosamento, não se discute mais assuntos sérios neste país, não tem um debate público de interesse popular no nosso Congresso Nacional” enfatizou.
Quanto aos movimentos nas ruas, idealizados pela população que cobra mais transparência nos gastos com recursos públicos, entre outras melhorias para o Brasil, Júlio disse que também faz parte de sua decepção política, pois, os políticos brasileiros não se incomodam com as vozes roucas do povo.
“Uma das grandes decepções minhas é isso. O governo federal, a presidenta Dilma, e até o próprio Congresso Nacional, os colegas deputados e senadores, estão pouco se incomodando com as vozes roucas das ruas. A corrupção está generalizada no Brasil, e lamentavelmente como muita coisa ocorrendo e nenhuma providência é tomada, sem contar, na demora do judiciário de julgar os fatos, e isso tudo, até agora o Congresso não viu” concluiu.
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