Investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) por supostamente ser servidora 'fantasma' no gabinete do deputado estadual Romoaldo Júnior, Gislene Santos Oliveira de Abreu, tem várias fotos nas redes sociais em Copacabana, um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro.
Conforme seu perfil no Facebook, ela é casada com ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Hermes de Abreu, que reside no Rio de Janeiro. Depois de ter o nome divulgado como esposo de Gislene, Hermes de Abreu retirou de seu perfil o status de casado. Confira final da matéria. O primeiro print feito pela reportagem, por volta das 18 horas, constava como casado com a servidora. Mais tarde, ele retirou do status.
Segundo a denúncia do MPE, ela reside no Condomínio Paço Real, em Copacabana, no Estado do Rio de Janeiro e recebia salário na Assembleia Legislativa no valor de R$6,3 mil. A ação foi protocolada pela promotora de Justiça, Daniela Berigo Büttner Castro, que pediu o bloqueio de bens do deputado, da servidora e do chefe de gabinete, Francisvaldo Mendes Pacheco, no valor de R$236 mil.
Consta da ação, que Gislene Santos Oliveira de Abreu, é servidora efetiva da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), recebeu integralmente seus salários, sem prestar os serviços para a Assembleia Legislativa, pois, desde o ano de 2006, encontrava-se a maior parte do tempo residindo na cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com a denúncia, a servidora foi síndica no condomínio até 2017 e ainda participa do conselho. “Em todas as atas de Assembleia Geral, Gislene assinou como responsável do apto. 501, demonstrando não só que era síndica, mas, mais uma vez, que residia naquele mencionar que Gislene, após deixar o cargo de síndica, passou a ocupar o cargo de presidente do conselho”, consta da denúncia.
Na ação, a promotora alega que Gislene em muitas viagens não ficava os dias de semana em Cuiabá. “Analisando a dinâmica das viagens, pode-se observar que Gislene permaneceu vários meses na cidade do Rio de Janeiro, longe de sua circunscrição laboral. Confirmando os fatos, destaca-se, ainda, a viagem que realizou saindo do Rio de Janeiro com destino a São Paulo, numa sexta-feira, e voltando para o Rio de Janeiro no domingo, e não para Cuiabá-MT, deixando claro que residia no Rio de Janeiro”, destaca a promotora.
O prejuízo apontado pela a investigação chega em torno de R$236 mil. “Por meio das condutas ímprobas, a requerida GISLENE auferiu vantagem indevida, utilizando-se de seu cargo, com o auxílio de ROMOALDO JUNIOR e FRANCISVALDO PACHECO, que dolosamente permitiram seu enriquecimento e, consequentemente, causou um dano ao erário no valor de R$ 236.215,08 (duzentos e trinta e seis mil duzentos e quinze reais e vinte e oito centavos)”, consta da investigação.
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Outro lado - A servidora Gislene de Abreu entrou em contato com o oticias para esclarecer que após tomar ciência de fatos veiculados na imprensa de que supostamente seria servidora fantasma na Assembleia Legislativa, lotada no Gabinete do deputado estadual Romoaldo Júnior, esclarece que é é servidora pública estadual desde 1995 e que durante um período de sua vida profissional, tirou licença para fazer cursos de Mestrado e Doutorado no Rio de Janeiro, o que é autorizado pela legislação e franqueado a todos os servidores.
Diz ainda a servidora, que estranha o fato de nunca ter sido intimada para comparecer na sede do Ministério Público para prestar sua versão dos fatos, inclusive, sendo retirada a oportunidade de apresentar documentos que comprovariam a legalidade de suas licenças.
Por fim, a servidora reitera que "não há nenhuma irregularidade na obtenção de licença para que servidores públicos realizem cursos profissionalizantes fora do Estado".
Confira abaixo nota na íntegra
Após tomar ciência de fatos veiculados na imprensa de que supostamente GISLENE DE ABREU seria funcionária fantasma na Assembleia Legislativa, lotada no Gabinete do Deputado Estadual ROMOALDO JÚNIOR, cabe registrar o seguinte:
1. GISLENE é servidora pública estadual desde 1995;
2. Durante um período de sua vida profissional, GISLENE tirou licença para fazer cursos de Mestrado e Doutorado no Rio de Janeiro, o que é autorizado pela legislação e franqueado a todos os servidores;
3. No caso concreto houve autorização expressa tanto do Governador quanto do Secretário de Estado responsável pela pasta a que GISLENE é vinculada,;
4. Diferentemente do que consta na ação do Ministério Público, GISLENE residiu de forma temporária no Rio de Janeiro e já retornou há mais de um ano para Cuiabá/MT, inclusive estando prestando os seus serviços normalmente no Estado, uma vez que os seus cursos foram devidamente concluídos;
5. Estranhamente a servidora nunca foi intimada para comparecer na sede do Ministério Público para prestar sua versão dos fatos, inclusive lhe sendo retirada a oportunidade de apresentar documentos que comprovariam a legalidade de suas licenças;
6. Por fim, reitera-se que não há nenhuma irregularidade na obtenção de licença para que servidores públicos realizem cursos profissionalizantes fora do Estado
GISLENE ABREU
SERVIDORA PÚBLICA EFETIVA
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