Em meio às denúncias de corrupção na Petrobras, a avaliação positiva do governo Dilma Rousseff oscilou 2 pontos percentuais para cima desde setembro de acordo com a pesquisa realizada pelo Ibope e encomendada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) divulgada nesta quarta-feira (17).
Segundo a pesquisa, o índice de entrevistados que considera o governo Dilma "ótimo" ou "bom" passou de 38% para 40%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Este é o primeiro levantamento da CNI em parceria com o Ibope após as eleições.
A avaliação negativa do governo Dilma saiu de 28% em setembro para 27% em dezembro. Os entrevistados que consideram o governo Dilma regular eram 33% em setembro e agora são 32%.
A pesquisa entrevistou 2002 pessoas em 142 cidades entre 5 e 8 de dezembro. O nível de confiança é de 95%.
Apesar do sinal de recuperação nos índices de avaliação positiva de seu governo, Dilma ainda está longe do auge de sua popularidade nesse quesito, registrado em março de 2013. Naquele mês, a pesquisa CNI/Ibope registrou que 63% dos entrevistados consideravam o governo Dilma ótimo ou bom. No levantamento divulgado nesta quarta, essa avaliação é de 40%.
No final de seu primeiro mandato, Dilma tem nível de aprovação mais baixo em comparação com seus dois últimos antecessores. No último trimestre de seu primeiro governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha aprovação de 61%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no mesmo período, tinha aprovação de 71%. Dilma, segundo a pesquisa divulgada nesta quarta, tem aprovação de 52%.
O gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, disse que a questão econômica e a corrupção são os principais itens que fazem com que a aprovação do governo Dilma ser menor que a de Lula e a de Fernando Henrique Cardoso no final de seus primeiros mandatos.
"No primeiro mandato do FHC, você teve um problema, inflação estava voltando também, mas tinha todo o legado do real. E na questão do Lula, você tinha todo o legado da questão da ação social do governo, mas a economia também estava indo muito melhor. Ela (Dilma) fechou o governo com uma economia ruim, sofrendo uma crise internacional (...) e com toda essa questão da corrupção, é difícil ter uma aprovação muito alta", disse Fonseca.
Noticiário negativo
De acordo com a pesquisa, as notícias mais lembradas pela população foram referentes à operação Lava Jato (31%), que investiga desvios de recursos públicos na Petrobras. Logo em seguida, vieram as notícias relacionadas às prisões de diretores de diretores da estatal (19%). Ainda de acordo com o levantamento, 44% dos entrevistados consideram que a maioria das notícias divulgadas são desfavoráveis ao governo Dilma. Esse índice era de 32% em setembro.
Entre os aspectos considerados positivos no primeiro governo de Dilma Rousseff, estão o combate à fome e à pobreza (24%), investimentos em programas sociais (17%), investimentos em educação (15%), priorização à população mais carente (13%) e continuidade ao governo Lula (11%).
Já entre os principais aspectos negativos do governo estão poucos investimentos na área de saúde (30%), não combate à corrupção (26%), poucos investimentos em segurança pública (21%), poucos investimentos na área de educação (13%) e baixo crescimento econômico (12%).
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