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Política Terça-feira, 09 de Abril de 2013, 10:00 - A | A

Terça-feira, 09 de Abril de 2013, 10h:00 - A | A

“Assepsia”

Gaeco procura advogado, fazendeiro e servidor público de TJ acusados de suborno em Mato Grosso; Esquema oferecia 1,5 milhão na compra de sentenças

por Izabella Araújo/VG Notícias

O Ministério Público Estadual deflagrou nesta terça-feira (09.04), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a operação “Assepsia”. Até o momento, dez mandados de prisão foram expedidos, entre eles contra um advogado, um estagiário, um servidor público do Poder Judiciário e dois integrantes de uma organização criminosa acusados de tráfico de pasta base e cocaína.

Conforme o Gaeco, os atos de corrupção apurados durante a investigação destinavam-se à compra de decisão judicial no valor de R$ 1,5 milhão para a soltura de traficantes da família 'Pagliucas', presos pela Polícia Federal em conjunto com o Gaeco na operação Mayá, realizada em Porto Espiridião (317 km de Cuiabá) em novembro de 2011.

De acordo com o MPE, o ex-estagiário de direito, Marcelo Santana, o advogado Almar Busnello, o servidor público do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Clodoaldo Souza Pimentel, o fazendeiro e acusado de tráfico, Adalberto Pagliuca e Milton Rodrigues, estão envolvidos no esquema. Segundo o órgão, os envolvidos no esquema de venda de decisão judicial deverão responder pelas práticas de crimes de exploração de prestígio e corrupção ativa, ambos previstos no Código Penal.

Foram constatadas, durante as investigações, duas tentativas de suborno junto ao assessor jurídico da Vara Especializada Contra o Crime Organizado. Na primeira, o estagiário e o advogado envolvido no esquema ofereceram R$ 1 milhão para que o assessor jurídico redigisse e submetesse ao magistrado decisão revogando a prisão dos 'Pagliucas'. O estagiário teria afirmado, ainda, que já tinha acertado com um desembargador, que confirmaria a decisão em segunda instância.

Na segunda tentativa de suborno, no montante de R$ 1,5 milhão, a ação partiu do servidor do Tribunal de Justiça juntamente com os dois beneficiários da quadrilha de traficantes. Eles sugeriram ao assessor do juiz que redigisse decisão de conflito negativo de competência do processo dos 'Pagliucas' e submetesse ao juiz, visando, com isso, à ocorrência de excesso de prazo, o que legitimaria a soltura dos réus pelo Tribunal de Justiça. Alegaram que já tinham fechado um esquema com o desembargador e que tal decisão seria mantida. (com informações assessoria)

Entenda o caso: A Operação Mahyah foi deflagrada no dia 25 de novembro de 2011 contra o tráfico internacional de entorpecentes em Mato Grosso e em outros dez Estados. As investigações começaram em janeiro daquele ano e foi descoberto um esquema de narcotráfico centrado em Porto Esperidião, apontado como a residência do chefe da quadrilha.

Foram presos na operação, Adalberto Pagliuca Filho (apontado como líder), Regina Célia Cardoso Pagliuca (esposa do líder), Adalberto Pagliuca Neto (filho), Elaine Cristina Pagliuca da Silva, Regis Aristide Pagliuca, Lori Gasparini e Joelson Alves da Silva (genro).

Em 27 de janeiro, os acusados conseguiram liberdade por meio de uma liminar concedida pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Manoel Ornéllas de Almeida, na condição de relator plantonista.

Atualizada em 11h31: Segundo o MP, já estão presos o advogado Almar Busnello no Corpo de Bombeiro, o servidor público Clodoaldo Souza Pimentel e Milton Rodrigues da Costa na Penitência Central de Cuiabá e o ex-estagiário de Direito, Marcelo Santana na Polinter.

O acusado Adalberto Pagliuca Filho ainda está sendo procurado. Segundo o promotor de Justiça Arnaldo Justino, que coordenou as investigações, a venda de sentença não foi concretizada por parte da quadrilha junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Mas a tentativa, por si só, já se configura em crime.

 

Foto: Facebook

advogado Almar Busnello

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