O deputado estadual, sargento Elizeu Nascimento, em entrevista à imprensa externou sua posição contrária à adoção das câmeras acopladas às fardas da Polícia Militar, anunciada pelo ouvidor-geral de Polícia, Lúcio Andrade. As câmeras devem registrar intervenções dos agentes em áudio e vídeo, além de inibir práticas criminosas.
Segundo Nascimento, o uso de câmeras nas fardas irá inibir a ação policial. Entretanto, ainda avalia qual o fundamento da decisão.
“Não creio que esse seja o caminho. Você engessa o policial, reduz a autoestima e o profissionalismo, inibe o trabalho do policial. Nós estamos fazendo um estudo, para saber qual o fundamento e qual motivo dessa decisão, para saber como nós vamos trabalhar, isso aí infelizmente engessa a polícia”, declarou o deputado.
Para Nascimento, que atuou 18 anos na ativa, sendo 14 na Rotam, existem outros mecanismos para investir e melhorar a ação policial.
“Acredito que há outras formas de treinamentos, palestras e ensinamentos. Em casos de ações errôneas por parte do profissional, então, eu estou falando de coração bem aberto porque há poucos dias eu ainda estava na farda. Então eu não vejo que seja o caminho, isso pode trazer um prejuízo para o policial”, declarou o deputado.
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Embora questionado se somente palestras resolveriam a violência nas ações policiais, especialmente nos bairros mais vulneráveis, o deputado somente apontou a extensão do crime organizado.
"Existem vários tipos de reclamações, vocês já fizeram uma auto análise de como está a ligação e a ramificação do comando vermelho aqui na Capital. Aqui em Cuiabá, no Estado de Mato Grosso vocês já fizeram um levantamento de como funciona o crime organizado no Estado? Eu moro na periferia, em um bairro humilde, no Altos da Serra, eu estou citando aqui a minha vivência, existe crime organizado em todos os lugares” apontou o deputado.
Nascimento completou que o comando das facções criminosas está elitizado: “As grandes cabeças do crime estão na alta sociedade e simplesmente dão ordens dentro do sistema penitenciário é isso que eu estou falando todo mundo já sabe até vocês sabem disso”, argumentou.
Por outro lado, o ouvidor-geral de Polícia, Lúcio Andrade, argumenta que a tecnologia garante mais segurança aos próprios agentes. Dados da Ouvidoria Geral de Polícia destacam que a ferramenta já é utilizada em outros Estados como Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, este último apresentou em julho deste ano redução no índice de mortes nas ações dos policiais.
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