A vereadora Edna Sampaio (PT) externou durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Cuiabá nesta terça-feira (02.08) respeito a decisão da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) que manifestou contrária ao pedido de afastamento do vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos).
Com a decisão da CCJR, que encaminhou o pedido de afastamento à Comissão de Ética, garantindo o princípio do contraditório e da ampla defesa, Edna Sampaio ‘alfinetou’ o vereador Marcos Paccola – indiciado pelo assassinato do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, o "Japão", ocorrido em 1º de julho. Paccola foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
“Acho que o vereador Paccola deve ter todo direito possível de ampla defesa, de se colocar, de ter essa tribuna. Ter esse espaço institucional como um direito claro e límpido dele para poder se defender, um direito quem sabe, para que ele compreenda que o direito de defesa não pode ser só dele. Tem que ser de todas as pessoas”, alertou.
Que ele (Paccola) compreenda que o direito de defesa não pode ser só dele
Ela explicou que o pedido de afastamento do vereador Marcos Paccola se deu em razão da preservação da instituição. “Nós ficamos antes do recesso parlamentar todas as sessões vendo a defesa, não de um vereador, mas de um homicídio qualificado”, criticou.
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A vereadora também reclamou que Paccola se apresenta armado nas dependências do legislativo cuiabano. Defensora do ex-presidente Lula (PT) enquanto Paccola defende o presidente Jair Bolsonaro (PL), em meio a polarização política, Edna demonstrou que teme o risco pelo uso de armas na Casa de Leis.
Que este fato seja também uma lição para o vereador Paccola. todos nós temos direito a defesa
“Eu vejo todos os dias o vereador Marcos Paccola vindo aqui divergindo comigo e ele está armado, então, para mim que sou uma mulher que nunca cheguei perto de uma arma, que tenho coragem desprovida de qualquer capacidade ofensiva contra o outro, eu tenho que dizer aqui, que a vida ela está acima de tudo, e o dia que nós acreditamos que qualquer direito individual se sobrepõe a vida de qualquer ser neste planeta então nós teremos chegado ao fim da nossa civilização”, disse a parlamentar afirmando que irá aguardar o resultado do processo na Comissão de Ética.
Edna lembrou que Paccola vai à tribuna para "achincalhar" petistas e o pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas esqueceu que o direito à defesa que usufrui não é o mesmo que dá aos criticados. "O que beneficia Paccola hoje é o que ele não dá como benefício àqueles que ele considera inimigos ou adversários."
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