Os deputados federais mato-grossenses, Abilio Brunini (PL), Coronel Assis (União), Coronel Fernanda (PL) e José Medeiros (PL), criticaram a escola de samba Vai-Vai por "demonizar" a polícia, durante desfile na noite de sábado (10.02), no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. As críticas foram direcionadas as alegorias utilizadas na ala “Sobrevivendo no Inferno”, as quais apresentaram agentes com chifres e outros itens que remetiam à figura de um demônio.
Sobre o episódio, o deputado Abílio no escreveu: “Saiba porque o Brasil está assim. Tem uma parcela da população que apoia, bandidos, corruptos e terroristas, e que depois lamenta pela crise econômica, fome e desemprego. Saiba bem de que lado você está. NÃO EXISTE EM CIMA DO MURO. O muro é deles!”
Já os deputados federais de Mato Grosso, oriundos da segurança pública, avaliaram como um absurdo. O Coronel Assis, com extensa carreira na polícia militar, afirmou que o Brasil vive uma inversão de valores. Ele chegou a questionar, “vivemos ou não o fim dos tempos?” “BRASIL 2024. Grupo desfila no carnaval com integrantes vestindo uniformes da Polícia Militar com chifres e asas, colocando-os como o lado do mal. É o exemplo vivo do que é uma inversão de valores”, criticou.
Coronel Fernanda escreveu que “quem não valoriza a Polícia abre a porta para o bandido”. Ela também interagiu com seus seguidores questionando: “O que achou desse tema apresentado no carnaval? Devemos dar valor aos policiais ou aos bandidos?”
O deputado federal José Medeiros, que também é policial, ilustrou uma imagem que representa a exaltação de bandidos e a demonização de policiais. Em seguida escreveu: “A exaltação de tudo que é ruim!”
Ao G1, a Vai-Vai informou que não teve a intenção de promover qualquer ataque ou provocação. Segundo a escola de samba, o desfile contém recortes históricos e no caso da ala "Sobrevivendo no Inferno", retrata a década de 1990 pelos Racionais MC's.
“Neste recorte histórico da década de 90, a segurança pública no Estado de São Paulo era uma questão importante e latente, com índices altíssimos de mortalidade da população preta e periférica. (...) Os precursores do movimento hip hop no Brasil eram marginalizados e tratados como vagabundo, sofrendo repressão e, sendo presos, muitas vezes, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado para época."
REPÚDIO
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) manifestou repúdio ao Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai, que, na noite de sábado (10.02), no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo-SP, durante seu desfile, tratou com escárnio a figura de agentes da lei.
“Ao adotar tal enredo, a escola de samba, em nome do que chama de “arte” e de liberdade de expressão, afronta as forças de segurança pública, desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e famílias. É de se lamentar que o Carnaval seja utilizado para levar ao público mensagem”, cita trecho da nota.
Leia também: Michelle cancela viagem aos EUA com Damares após operação da PF contra Bolsonaro
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).