O Palácio do Planalto anunciou na noite desta segunda-feira (1º) o ex-governador da Bahia César Borges como novo ministro dos Transportes. Filiado ao PR, ele substituirá Paulo Sérgio Passos, do mesmo partido e no cargo desde julho de 2011. A posse deverá ocorrer na próxima quarta-feira (3).
Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que a presidente Dilma Rousseff agradeceu a “grande contribuição” dada por Passos no governo e desejou “boa sorte” a César Borges.
O anúncio foi feito após reunião entre Dilma e o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, que foi ministro dos Transportes no início do governo, e pediu exoneração após suspeitas de direcionamento em licitações e superfaturamento em obras rodoviárias.
Ex-senador pelo PFL (hoje DEM), Borges se destacou pelo apoio ao também ex-governador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007). Desde maio do ano passado, Borges ocupa a vice-presidência de governo do Banco do Brasil.
César Borges foi governador da Bahia entre 1998 e 2002, elegendo-se senador no ano seguinte. Antes, já havia exercido dois mandatos de deputado estadual, entre 1987 e 1995. Paulo Sérgio era secretário-executivo do ministério quando Alfredo Nascimento foi afastado após denúncias de irregularidades. Passos foi então efetivado como ministro interino e comandou o ministério até o momento.
Divisão
A escolha de César Borges para o Ministério dos Transportes dividiu a bancada do PR na Câmara, segundo integrantes ouvidos pelo G1. O deputado Luciano Castro (PR-PR) afirmou que o partido não foi ouvido pela presidente Dilma Rousseff.
“Não tenho muito a comentar. É uma escolha da presidenta. Pelo que eu ouvi do líder do partido [Anthony Garotinho], ele não foi consultada sobre isso. Acho que a bancada federal devia ter sido ouvida. Poderia até ser o César Borges, mas deveria ser consultada”, afirmou. O próprio Luciano Castro era cogitado para o cargo por integrantes do PR.
Já o deputado Lincoln Portela (PR-MG), ex-líder da sigla na Câmara, elogiou a indicação para o ministério. “É uma escolha perfeita, muito boa. Penso que nesse momento foi a melhor a escolha, sobretudo pela experiência do Cesar Borges”, disse.
Portela admitiu, contudo, que há discordâncias no partido sobre a escolha feita pela presidente. “Há quem queria o nome do Luciano Castro, há quem queria o do Jaime Martins, uns defendiam meu nome para o ministério. Eu nunca quis ser indicado. Mas o partido se sente contemplado, e, claro, que a indicação reforça a relação do partido com o governo. Num processo democrático é assim mesmo: uns querem, outros não", afirmou.
Reforma em curso
Esta é a quarta troca que Dilma promoveu em seu ministério neste ano. Em março, ela atendeu a pedidos do PMDB e do PDT ao escolher o deputado Antonio Andrade (PMDB-MG) para assumir o Ministério da Agricultura no lugar de Mendes Ribeiro (PMDB-RS); e o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, para substituir o também pedetista Brizola Neto (RJ) no Ministério do Trabalho. Na Secretaria de Aviação Civil, o atual ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco (PMDB-RJ), entrou no lugar de Wagner Bittencourt.
Na época, Dilma disse as mudanças são necessárias para garantir a governabilidade e defendeu uma política de coalizão. “Não acredito que seja possível esse país ser dirigido sem essa visão de compartilhamento e de coalizão. Eu aprendi que numa coalizão você tem que valorizar as pessoas que contigo estão. Parceiros da luta", disse a presidente durante a posse dos novos ministros.
Ainda é esperada para os próximos dias a indicação do 39º ministro de Dilma, que comandará a recém criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa. O nome mais cotado é o do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD).
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