O deputado Ademir Brunetto (PT) declarou luto nesta quinta-feira (01.11), pela rejeição dos deputados ao pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar o governador Silval Barbosa (PMDB), por seis crimes, supostamente cometidos quando ele era deputado estadual e primeiro-secretário da Assembleia, entre 1999 e 2002. Brunetto colocou uma faixa preta na porta de seu gabinete em sinal de luto pela não autorização da AL para processar o governador.
O deputado petista, que é da base do governo, foi um dos cinco parlamentares que votaram em defesa da investigação contra Silval – voto que ele fez questão de comunicar durante a sessão. Brunetto argumentou que pela primeira vez a Casa teria a oportunidade de dizer à sociedade que, mesmo Silval sendo a maior autoridade do Estado, decidiram que o STJ deveria julgá-lo de forma imparcial e justa.
"Se votarmos contra o processo estaremos nos comprometendo pelos crimes apontados no processo. É necessário darmos voto de confiança à Justiça, e que não sejamos nós os responsáveis pelo travamento deste processo na Justiça. Porque seremos nós julgados se não dermos essa autorização", clamou o deputado.
De acordo com o parlamentar, os fatos estão comprovados nos autos do processo e as acusações são as mesmas imputadas aos réus do mensalão. “Está clara a cumplicidade dos réus e se o governador for inocente, com certeza será absolvido”, colocou Brunetto.
O deputado declarou que a faixa preta em frente a seu gabinete nesta quinta, é um sinal de protesto e luto com o que ocorreu na noite de quarta. A assessoria de imprensa do parlamentar negou qualquer tipo de medo por parte do petista em sofrer represálias ou perseguição na AL, por ele fazer parte da base de governo de Silval na Casa.
Na porta tem um papel com a palavra luto e o seguinte texto: “Luto oficial pela omissão da Assembleia Legislativa na não votação à autorização do processo ao governador Silval Barbosa”.
Além de Brunetto, os deputados Zeca Viana (PDT), Percival Muniz (PPS) e Luciane Bezerra (PSB), revelaram na sessão da Assembleia que votaram a favor da autorização do STJ processar o governador.
Votação dos deputados - Por 11 votos a cinco, os deputados negaram o pedido de autorização do STJ para dar prosseguimento à ação penal contra o governador, seguindo parecer do relator e líder do Governo Romoaldo Júnior (PMDB). Silval é acusado de suposta fraude em licitação, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, supressão de documento, peculato e ordenação de despesas não autorizadas, na época em que ainda era deputado.
Além de Silval, também fazem parte da ação o deputado José Riva e o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Humberto Bosaipo. Eles são denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por conta de um pagamento de notas e serviços supostamente contratados pelo Legislativo, mas não empenhados.
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