Há mais de 28 anos à frente da Presidência do MDB em Mato Grosso, o ex-deputado Carlos Bezerra, 80 anos, deve seguir na liderança da sigla, e lá na frente ser condecorado como “presidente de honra” do partido. A informação é do deputado federal Juarez Costa (MDB), cogitado a compor como vice-presidente da chapa de Bezerra.
O novo mandato seria um “prêmio de consolação”, tendo em vista que ele perdeu as eleições em 2022 e ainda, passou por situações familiares delicadas, ao ter o nome do filho, Carlos Alberto Bezerra, envolvido em um duplo assassinato. Juarez Costa destacou a trajetória de Bezerra no partido, que se estende por 50 anos, e argumentou que o atual presidente merece a oportunidade de encerrar sua carreira com mais um mandato, seguido por uma posição de presidente de honra.
“O Bezerra está há 50 anos no partido, construiu uma história, foi tudo dentro do partido. Esse é o momento que ele perdeu a eleição, que o filho fez o que fez. Tem vários problemas do Bezerra, e é preciso ele ter mais um mandato para encerrar a sua carreira. Então a gente entende muito bem isso, porque a gente quer uma composição dentro da chapa. De ele finalizar a presidência por mais dois anos, e depois ficar como presidente de honra. Esse cara é histórico e a gente tem que entender isso”, disse Juarez costa em entrevista à imprensa nesta terça-feira (08.08).
Contudo, segundo Juarez Costa, a composição está sendo conduzida a partir de Brasília. “A composição está vindo de Brasília para cá, na verdade. Mas acho que tem que haver um entendimento aqui”, disse ao falar que o nome de Bezerra é consenso.
Conforme Juarez Costa, as negociações internas têm progredido positivamente, com ele próprio, o atual presidente Carlos Bezerra, o prefeito Emanuel e o deputado federal Emanuelzinho participando das discussões. O deputado expressou otimismo de que um entendimento será alcançado até o final desta semana.
Quanto às relações com o grupo de Emanuelzinho e seu pai Emanuel Pinheiro, Juarez Costa afirmou que a política é uma arte de diálogo e negociação. Ele enfatizou ser natural buscar espaços e construir composições internas que beneficiem todos os envolvidos. O deputado considerou que o diálogo é fundamental e a prioridade é compreender que Carlos Bezerra é uma figura histórica que merece concluir sua trajetória à frente do partido.
“Política é arte de conversar, de dialogar. Se você não dá, recua. Não adianta teimar. Mas acho que o Emanuelzinho está muito tranquilo. O próprio Emanuel, eu conversei com o Emanuel. E evidentemente você tem que buscar espaço. Então hoje, a briga é por espaço na composição. Nada mais natural do que isso. Faz-se uma composição, tem dois federais, compõe com os dois federais, acho que o caminho é o diálogo. O importante é a gente entender que tem alguém na presidência que tem história e que precisa finalizar essa história. Isso já, na minha cabeça, está definido”.
Questionado sobre a descentralização do poder dentro do MDB e a possibilidade de dividir áreas de influência entre os membros, Juarez Costa concordou com a abordagem. Ele destacou que a proposta é que todos os membros tenham sua parcela de prefeitos e vereadores em suas áreas de influência. Esse modelo permitiria uma colaboração mais harmoniosa entre os membros do partido, evitando confrontos e buscando acordos para avançar com suas agendas políticas.
“O que propomos é que todos tenham espaço, que eu possa, por exemplo, ter a minha parcela de prefeitos e vereadores, onde fui mais votado, o mesmo com o Emanuelzinho, o mesmo com o Bezerra, o próprio Valtenir Pereira, os deputados estaduais. Porque quando você faz, olha, eu preciso cuidar de tal município, mas a maioria dos meus municípios, eu tenho um acordo já, quer dizer, eu avanço bem com a Janaína, avanço bem com o doutor João, avanço com o Silvano, avanço com o Valtinho, então, não há confronto aí. Ah, vou cuidar desse Norte, quem é da região? O estadual. Vamos compor junto, então, não vejo problema”, pontuou.
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